sábado, 31 de outubro de 2009

O sétimo Fabricio Pedroza

No casarão de Guarapes. (Foto de Manuel Pereira)


Em julho de 1945, o escritor Luís da Câmara Cascudo escrevia mais uma de suas magistrais "Actas Diurnas", na qual enfoca a vida aventureira do quarto Fabrício Pedroza, e terminava afirmando:


"Ninguém queria ver no Fabrício vaqueiro, administrador nato da fazenda, derrubador e ferrador de gado, uma adaptação psicológica ou amadorismo espiritual. Fabrício era realmente, puramente, o homem do campo, vivendo a existência de fazendeiro na plenitude do conhecimento moral. Indo para São Joaquim, olhando a Vila que tem o nome do pai, recebia como a investidura da tradição cavalheiresca. Curioso era ouvir-lhe o nome citado pelos velhos vaqueiros da região, incluindo-o na primeira lista das glorias locais, as glorias das vaquejadas, resistência, afoiteza, loucura, destreza. Aqueles companheiros de gibão e vestia nunca haviam de ver “seu” Fabrício no salão envernizado e reluzente do Aéreo Clube, na varanda de sua casinha de Areia Preta, pendurado numa colina, olhando o mar. Amavam-no como um dos manos, um vaqueiro rico, moço, viajado por terras da estranja, casado e com quatro filhos.

Um deles, de três anos, é o quinto Fabrício ..."

Esse quinto Fabrício é na verdade o sétimo. Na época que escreveu o artigo, Câmara Cascudo não tinha conhecimento que existiu um quinto Fabrício, filho de Fabrício "o velho" e que teve vida efêmera, nascido em Jundiaí-Macaíba em 1852 e falecido em 1853, sendo filho da segunda esposa de Fabrício, Damiana Maria. Em 1883, nasceu e morreu o sexto Fabrício, filho de Fabrício "o moço" e de Isabel Cândida. 

O sétimo Fabricio Gomes Pedroza Filho, começou a aprender arquitetura aos dezessete anos no escritório do arquiteto Sérgio Bernardes. Carioca, cursou as faculdades de arquitetura da Universidade do Brasil, da Universidade de Brasília e da Universidade Federal da Bahia onde foi diplomado em 1968. Seu CREA foi registrado no Rio Grande do Sul.

Seu espírito cigano fez com que, casado e com três filhos fosse, por conta própria, tentar a vida na África em 1975. Durante dez anos trabalhou como arquiteto para governos de vários paises africanos. Nesse tempo foi também do quadro permanente do Escritório Regional da UNESCO para a África em Dacar-Senegal, e Assessor Principal da Agência HABITAT das Nações Unidas no Programa Nacional de Habitação e Urbanismo de Moçambique. Em 1984, mudou-se para as Filipinas onde atuou como profissional autônomo durante dois anos. No Brasil realizou projetos de arquitetura para Governos Estaduais, Prefeituras e particulares.

Recebeu do Governo do Distrito Federal a medalha Mérito Alvorada por trabalhos realizados em Brasília. Em 1981, foi patrono da turma de formandos em arquitetura da Universidade Santa Ursula. Fala os idiomas: espanhol, francês e inglês. Em 1987, criou a firma ATARQUITETURA através da qual passou a assinar seus contratos de trabalho.

Veio à Macaíba para receber a Comenda "Fabrício Pedroza" e assistir as solenidades alusivas ao bicentenário do ilustre ancestral. Encantou-se com o casarão de Guarapes que visitamos. Levou consigo, um tijolo caído sobre o solo do casarão encantado, de tantas glórias pretéritas. Fabrício Pedroza chamou a atenção de muitas pessoas em Macaíba, por possuir o nome exato do trisavô, o que tentarei explicar pelo resumo de árvore genealógica.


Árvore genealógica de Fabrício Gomes Pedroza Filho

Fabrício Gomes Pedroza (o velho) nascido em 1809 e falecido em 1872 c.c. Damiana Maria Bandeira de Melo
I
Fabrício Gomes Pedroza nascido em 1852 e falecido em 1853;

Fabrício Gomes Pedroza (o moço) nascido em 1856 e falecido em 1925 c.c. Isabel Cândida de Albuquerque Maranhão, pais de:

Fabrício Gomes Pedroza I, nascido em 1883, falecido criança;

Fabrício Gomes Pedroza Filho nascido em 1888 em Macaíba e falecido em 1907 na Suíça;


Fernando Gomes Pedroza nascido em 1886 e falecido em 1936 c.c. Branca Piza Pedroza
I
Fabrício Gomes Pedroza nascido em 1916 e falecido em 1945 c.c. Maria Hygino Duarte Pereira
I
Fabricio Gomes Pedroza Filho c.c. Maria Nazareth Pedroza.

Um comentário:

  1. Olá, sou estudante de história e estudo Sylvio Piza Pedroza.
    Será que vc poderia me ajudar com a genealogia dele? Ou indicar onde consigo encontrar essa informação?
    Desde já agradeço a ajuda

    Att,
    Arthur Torquato.

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