sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Cajazeiras

O nome mais antigo ligado ao Distrito de Cajazeiras é o da senhora Maria de Congonguis, conhecida por Maria da Lagoa, que juntamente com familiares se fixaram próximo a uma lagoa onde se destacava três pés de Cajá. Assim, o local passou a ser conhecido como Lagoa do Cajá.

Emigrado da Paraíba, o Sr. Francisco Albino da Silva chegou à comunidade com sua família, passando a cultivar a terra. Foi ele quem criou uma casa de farinha cuja produção era enviada para o porto de Guarapes. Em 24 de dezembro de 1878, Francisco Albino reuniu-se numa festa com familiares e amigos e propôs a mudança do nome de Lagoa do Cajá para Cajazeiras, cidade da qual era oriundo.


Em 13 de dezembro de1885, foi celebrada a missa para a oficialização da padroeira da comunidade: Santa Luzia. A imagem da santa foi doada pela senhora Vicência Duarte. A primeira capela foi construída em 1905, sendo transferida em 1972 para outra maior.


Cajazeiras possui um cemitério construído em terras doadas por Maria Adriana Farias. No ano 2000, um mutirão comunitário reformou e ampliou as instalações do primitivo cemitério que recebeu o nome de Nova Morada.

Com uma população de 2.233 pessoas, Cajazeiras tem sua economia baseada na agricultura, comércio e artesanato. Em 2002, foi fundada uma feira onde é comercializada a tapioca, o beiju e o tradicional sequilho.

Na área da saúde dispõe de um PSF (Posto de Saúde Familiar) que fornece diversos serviços. A Escola Municipal Santa Luzia foi fundada em 1963. Atualmente, possui 308 alunos. E a Creche municipal atende a crianças de cinco a seis anos. A comunidade possui dois campos de futebol pertencentes às duas agremiações locais: União Futebol Clube e Clube de Regatas Brasil.

Cajazeiras permanece uma parada obrigatória para os viajantes do Seridó, mantendo uma tradição iniciada com os antigos tropeiros vindos do sertão com suas mercadorias transportadas pelas águas do Jundiaí.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

O desembarque de Luis Tavares de Lyra


Luis Tavares de Lyra foi o 4º macaibense formado em direito pela Faculdade de Direito do Recife, na turma de 1902. Terminar uma graduação hoje em dia já não é coisa difícil em face das inúmeras facilidades de ingresso em diversas faculdades existentes.



Em 1902 era bem diferente. Tudo era imensamente mais complicado. O Rio Grande do Norte não dispunha de ensino superior. Estudava-se tradicionalmente direito, em Recife, ou medicina, na Bahia.

Antes de Luis, formaram-se na turma de 1892, os macaibenses Alberto Maranhão e Augusto Tavares de Lyra, este irmão de Luis. Um pouco depois, em 1894, formava-se o Dr. João Chaves – João Batista de Vasconcelos Chaves.


Chamou-me a atenção a noticia veiculada no jornal A República, de segunda feira, 29 de dezembro de 1902, primeira página, a qual transcrevo Ipsis litteris para que o leitor possa construir uma idéia da festa que era a chegada de mais um filho da terra bacharel.

“Dr. Luis Tavares de Lyra

Escrevem-nos da Macahyba


Às 11 horas do dia 22 teve lugar o desembarque do Dr. Luis Lyra, recentemente formado em direito, que foi muito concorrido. As ruas por onde tinha-se de passar estavam ornadas de bandeiras multicores com as iniciais L.L.


Chegando em sua casa o Dr. Lyra ofereceu a todos um abundante copo de cerveja, seguindo-se um lauto almoço, no qual brindaram o novo bacharel o Dr. Teotônio Freire e o Capitão Antônio Adolfo, ao que ele agradeceu com palavras amáveis e elevadas.


Durante todo o dia, foi muito cumprimentado. No caes do desembarque tocou a música “José de Alencar”, indo até a casa, onde tocou por ocasião do almoço. O Sr. Antônio Andrade, seu amigo, espontaneamente encarregou-se de promover essa festa.


O grêmio literário “Tobias Barreto” desejando manifestar o contentamento e a satisfação que lhe causara a chegada do ilustre moço, seu sócio benemérito, mandou uma comissão cumprimentá-lo, a qual foi acompanhada da filarmônica do grêmio.


Foi interprete dos sentimentos dos seus colegas o Sr. Francisco da Cruz que proferiu um eloqüente discurso. Aos manifestantes foi servida uma mesa especial, notando-se a alegria no semblante de todos.


A filarmônica executou lindas peças do seu repertório. Às 11 horas da noite, retiraram-se todos satisfeitos com o tratamento fidalgo, que lhes dispensou o Dr. Luis Tavares de Lyra e sua família.
Foi incontestavelmente uma bela festa a chegada do Dr. Luis Lyra em Macaíba.”


Luis Tavares de Lyra foi um estudante pobre, subvencionado, assim como o irmão Augusto, pelo avô materno Cel. João Batista de Albuquerque Vasconcelos que não media esforços para manter os netos no Recife.


Ainda em 1902, Luis Tavares de Lyra foi nomeado promotor público da comarca de Natal, seguindo-se o cargo de juiz de direito em São José de Mipibú e procurador de justiça do Estado.


Aos 30 anos já era desembargador. Como membro mais antigo do Tribunal de Justiça, instalou e presidiu durante 5 (cinco) anos o Tribunal de Justiça Eleitoral.


Faleceu na cidade do Natal em 1962, aos 82 anos.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Paisagens Potyguares - A casa do Barão de Ceará-Mirim

Solar São Francisco - antiga sede do engenho do mesmo nome. (foto: Gibson Machado)

Barão do Ceará-Mirim
Manoel Varela do Nascimento pertenceu ao seleto grupo de potiguares distinguidos como nobres pelo Imperador D. Pedro II. Já havia presidido a câmara municipal de Extremoz, nos anos de 1829-32 e 1837-40, em 1852 recebia com honras o comando superior da Guarda Nacional dos municípios de Natal, São Gonçalo do Amarante, Extremoz e Touros; foi deputado provincial entre 1868-69 e, durante este mandando, 3º Vice-Presidente da Província do RN.

Senhor de engenho vitorioso no Ceará-Mirim, onde nasceu no natal de 1802, mais precisamente no sítio Veríssimo, foi um dos primeiros proprietários de engenho a utilizar cilindros horizontais, na moagem de cana, em substituição aos cilindros verticais, comumente utilizados. Foi o divulgador da cana de “cayenne” – nordestinizada como caina.


Contudo, o que destacava Cel. Manoel Varela do Nascimento para o recebimento de um título nobiliárquico era o seu devotamento à causa da instrução pública. D. Pedro II foi um governante constantemente preocupado com a educação e tendo em vista os relevantes serviços prestados por Manoel Varela à educação em seu município, fato que resultaria na construção de um estabelecimento escola em 05 de novembro de 1878, teve a distinção de ser o primeiro potiguar a ser agraciado com o título de barão por decreto imperial de 22 de junho de 1874. Ceará-Mirim, sua terra, sua urbe, seu mundo foi o nome que desejou acrescer ao baronato, passando Manoel Varela do Nascimento a ser conhecido como Barão de Ceará-Mirim.


O Barão do Ceará-Mirim foi uma das grandes figuras dominadoras e carismáticas de outrora. E, não obstante sua vida pública movimentada, seu status de nobre brasileiro, permanece um desconhecido personagem de nossa história. Faleceu no dia 01 de março de 1881 e a baronesa Bernarda Varela Dantas no dia 16 de julho de 1890, tendo nascido em 17 de junho de 1821.Manoel Varela do Nascimento pertenceu ao seleto grupo de potiguares distinguidos como nobres pelo Imperador D. Pedro II. Já havia presidido a câmara municipal de Extremoz, nos anos de 1829-32 e 1837-40, em 1852 recebia com honras o comando superior da Guarda Nacional dos municípios de Natal, São Gonçalo do Amarante, Extremoz e Touros; foi deputado provincial entre 1868-69 e, durante este mandando, 3º Vice-Presidente da Província do RN.


Senhor de engenho vitorioso no Ceará-Mirim, onde nasceu no natal de 1802, mais precisamente no sítio Veríssimo, foi um dos primeiros proprietários de engenho a utilizar cilindros horizontais, na moagem de cana, em substituição aos cilindros verticais, comumente utilizados. Foi o divulgador da cana de “cayenne” – nordestinizada como caina.


Contudo, o que destacava Cel. Manoel Varela do Nascimento para o recebimento de um título nobiliárquico era o seu devotamento à causa da instrução pública. D. Pedro II foi um governante constantemente preocupado com a educação e tendo em vista os relevantes serviços prestados por Manoel Varela à educação em seu município, fato que resultaria na construção de um estabelecimento escola em 05 de novembro de 1878, teve a distinção de ser o primeiro potiguar a ser agraciado com o título de barão por decreto imperial de 22 de junho de 1874. Ceará-Mirim, sua terra, sua urbe, seu mundo foi o nome que desejou acrescer ao baronato, passando Manoel Varela do Nascimento a ser conhecido como Barão de Ceará-Mirim.


O Barão do Ceará-Mirim foi uma das grandes figuras dominadoras e carismáticas de outrora. E, não obstante sua vida pública movimentada, seu status de nobre brasileiro, permanece um desconhecido personagem de nossa história. Faleceu no dia 01 de março de 1881 e a baronesa Bernarda Varela Dantas no dia 16 de julho de 1890, tendo nascido em 17 de junho de 1821.

Jaigo pérpetuo dos Barões de Ceará-Mirim

Aspecto da capela do antigo engenho São Francisco, tendo à frente o cemitério particular.

Das diversas propriedades acumuladas pelo barão, destacamos a que lhe srviu de ultima residência – o engenho São Francisco, atualmente convertido em usina e pertencente ao Sr. Geraldo José Ferreira de Melo.

Construção de singular importância para a história política e social do Rio Grande do Norte, a casa grande do antigo engenho São Francisco, segundo a arquiteta Jeanne Nesi, foi desenvolvida em dois pavimentos, apresentando planta quadrangular, com coberturas de quatro águas, beiral corrido com extremidades em “caudas de andorinha”, arrematado por cimalha.

A fachada principal da casa possui uma porta de acesso, ladeada por seis janelas, superpostas por sete janelas rasgadas, guarnecidas por uma única grade de ferro. Todos os vãos são de arcos abatidos, com cercaduras de massa. Na época do barão, ostentava o belo revestimento de cerâmica do Porto, hoje desaparecido.

O piso térreo do prédio é cimentado, sendo conservado o assoalho de tabuado corrido, no pavimento superior. O forro tabuado do térreo permanece, e, no superior, foi colocado gesso. Na parede da sala de honra da antiga residência, repousavam serenos os retratos pintados por um Frances, do Barão e da Baronesa, hoje estão recolhidos ao belo solar do engenho Nascença, pertencente aos herdeiros do descendente e guardião Roberto Varela (*1928 +2006), que me apresentou as imagens durante visita àquele engenho.

Completando a tríade casa-grande e engenho a propriedade dispõe da antiga capela de Nossa Senhora da Conceição, no cemitério da qual repousam os restos mortais dos barões imperiais e outros membros da família.

A casa-grande está razoavelmente conservada, tendo sofrido algumas modificações que a adequaram ao seu atual uso. É preciso que seja tombada pela Fundação José Augusto, para que seja resguardado da especulação e obtenha o reconhecimento oficial de sua importância histórica, artística e sentimental para o vale do Ceará-Mirim e o Rio Grande do Norte.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Ascendência e descendência de João Café Filho

Domingos João Campos *1714 +1795, filho de Felipe Francisco e Isabel Fernandes, neto paterno de Antônio Simão e Isabel Paes, neto materno de Manoel e Ana Fernandes. Domingos João Gomes casou-se na capela de Nossa Senhora da Conceição do Jundiaí em 1745 com Maria Rosa de Mendonça *1727 +1797.

Deste tronco, provém o filho Manoel Fernandes Campos casado com Mariana da Costa, que tiveram Lorenço Fernandes Campos casado em 1830, em Natal com Josefa Tereza das Virges, filha de Manoel Ignácio Barbosa e Florência Maria de Nazaré.

O casal Manoel Ignácio Barbosa e Florência Maria de Nazaré foram os pais de;
Lourenço Fernandes Campos Júnior casado com Felismina Carolina de Moura Soares que por sua vez foram pais de;



João Fernandes Campos Café*1865 +1931 casado com Florência Amélia*1877 +1944, pais de João Café Filho *03-02-1899 +20-02-1970.


João Café Filho casou com Jandira Carvalho de Oliveira *17-09-1904 +28-02-1989, filha de Ovídio Fernandes de Oliveira e Joana Hercília Carvalho, esta descendente da família Teixeira de Moura.


João Café Filho e Jandira Café tiveram um único filho;


Eduardo Antônio de Oliveira Café *19-09-1943 +20-08-1974 (em acidente aeronáutico a serviço). Casou em 26-12-1966 com Marisa Torres de Oliveira *09-10-1945, foram os pais de:

N.1 Ana Paula Torres Café *1967, casada em 1999 com Ronaldo Frazatto Massarotto *1963, pais de;

Bn1. Maria Eduarda Café Massarotto *2000.


Bn2. Manuela Café Massarotto *15-04-2003.

N.2 João Café Filho Neto *1970, casado no ano 2000 com Luciana Soares Pontes *1970, pais de;


Bn3. Bruna Pontes Café *10-04-2001.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Oliveira Lima em Macaíba

Parte do grupo que veio à Macaíba: da esq. p/ dir. Romualdo Galvão, Henrique Castriciano, Meira e Sá, Oliveira Lima e o Cel. Pedro Soares de Araújo. Sentadas as primeiras alunas concluintes de 1919 da Escola Doméstica. (Acervo Anderson Tavares)

Quinta feira, 27 de novembro de 1919. Às 6 e 15 da manhã, uma comitiva ilustre embarcava no Cais Tavares de Lyra, em Natal, com destino à Macaíba. Tratava-se do Ministro Manuel de Oliveira Lima (*1867 +1928), conhecido na literatura nacional como Oliveira Lima. O ilustre escritor estava em Natal convidado que foi do Dr. Henrique Castriciano de Souza para paraninfar a primeira turma concluinte da Escola Doméstica de Natal. Acompanhavam-no sua esposa e duas sobrinhas; Alice Cavalcanti e Maria Paula, além das jovens natalenses Luiza Dantas, Maurilia Guerra e os senhores Dr. Arthur Cavalcanti, engenheiro Eduardo Parisot, Felipe Guerra e Adauto Câmara, todos ciceroneados pelo grande Henrique Castriciano, que com orgulho, apresentava o seu berço ao ilustre literato.


Durante o percurso pelo rio Jundiaí o Dr. Oliveira Lima falou apresentou ligeiras impressões de outras viagens pelo Brasil, acompanhado nestas divagações por suas sobrinhas.


No Cais do desembarque, já em Macaíba, a comitiva foi festivamente recebida pelas autoridades, pelos alunos e o povo em geral que acorreu ao local acompanhando a banda de música municipal. Todos então saíram em passeata para o Grupo Escolar “Auta de Souza”, na frente deste, estavam reunidas todas as escolas do município; Escola Noturna do Centro Macaibense, Escola Paroquial de São Luiz, Escola particular da professora Emília Rodrigues além dos próprios alunos do “Auta de Souza”, que entoaram o Hino a Bandeira.


No interior do Grupo Escolar, o Dr. Olveira Lima e família receberam os cumprimentos dos chefes políticos e oligarcas locais; Cel. Manuel Maurício Freire, Cel. Prudente Alecrim e o Presidente da Intendência Cel. João Soares da Fonseca Lima. Estavam presentes também o professores Bartolomeu Fagundes, Arcelina Fernandes e Celina Navarro do “Auta de Souza” e a professora Emília Rodrigues. O Dr. Virgílio Dantas, juiz de Direito, João Meireles, Promotor Público e Antidio Guerra, diretor do Campo de Demonstração de Jundiaí, fechavam o grupo recepcionista local que ofereceu uma farta mesa de café e doces aos visitantes.


Após o café, o Dr. Oliveira Lima falando de improviso, se disse encantado com uma cidade tão arborizada. Esse fato, anos depois, despertou uma bela crônica de Octacílio Alecrim intitulada “As arvores de Macaíba”, na qual descreve a impressão de Oliveira Lima sobre as árvores da cidade.


Em seguida os visitantes na companhia do Cel. Manuel Mauricio Freire, que naquele ano estava respondendo como superintendente da construção da famosa Estrada de Rodagem do Seridó, do engenheiro da obra Eduardo Parisot, do Dr. Virgilio Dantas e os professores Bartolomeu Fagundes e Celina Navarro, divididos em quatro fords se dirigiram ao interior de Macaíba, mais precisamente ao povoado de Panelas – atualmente cidade de Bom Jesus – onde ficava a propriedade do major Lydio Marinho de Oliveira, denominada Santa Rita e aonde os convivas foram assistir a uma vaquejada!!


Logo na entrada do povoado foram todos recebidos por oitenta vaqueiros, trajados com suas vestes características de couro. Oliveira Lima ficou impressionado com a destreza dos vaqueiros locais na derrubada das rezes e comentou com o Henrique Castriciano sobre a diferença do nosso “matuto”, caracterizado pelas observações do ministro, como fortes e ativos, muito diferente do “jeca tatu” indolente e poltrão que a literatura em voga no período queria generalizar como sendo o tipo de brasileiro dos sertões.


Ainda durante as observações ocorridas na vaquejada, Oliveira Lima chamou a atenção de todos para a linguagem do “matuto” que não se diferenciava para a do homem da cidade em muitos aspectos.


Terminada a vaquejada, todos voltaram aos carros e seguiram primeiro a Caiada (hoje Eloy de Souza) e depois a Serra Caiada atendendo aos apelos das jovens sobrinhas do ministro e das alunas da Escola Domestica. Durante o percurso o Cel. Mauricio Freire o Dr. Parisot apresentavam aos viajantes a magnífica obra do governo do Estado que era a Estrada de Rodagem do Seridó e suas excelentes condições técnicas.


Oliveira Lima deixou então o observador literato de lado e resistiu de político, afagando os egos do Cel. Neco Freire e do engenheiro da obra, afirmou que: “andasse de automóvel na estrada de Macaíba com a mesma comodidade e conforto com que se anda em avenidas asfaltadas”.


No regresso à fazenda Santa Rita de Lydio Marinho, foi servido debaixo de uma mangueira o almoço organizado por Alcides Varela. Em seguida rumaram todos à Princesa do Jundiaí onde descansaram no “Auta de Souza” enquanto a banda de música deleitava a todos com os acordes de seus componentes. Depois do que saíram para o embarque no Porto do Barco e rumaram a Natal onde chegaram as 19 horas.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Perfis - Estefânia Mangabeira

Já descrevi neste blog, através de pequenas biografias, a vida de duas poetisas macaibenses – Auta de Souza e Maria de Lourdes Cid. Para completar uma tríade, trago a lume a história de Estefânia Alzira Mangabeira de Barros, educadora militante e poetisa apaixonada.

Nascida em Macaíba, no dia 16 de Janeiro de 1894. Era filha de João Paulino de Azevedo Mangabeira e de Maria Amélia Mangabeira. Iniciou os seus estudos em Macaíba. A família mudou para Belém, no Pará, onde ela formou-se pela Escola Normal de Belém, passando logo em seguida a residir em Currais Novos, no Seridó Potiguar.

Passou então a ensinar no Grupo Escolar Capitão-mor Galvão e posteriormente introduziu o antigo MOBRAL. Em Macaíba casou com Francisco Paulino de Barros e tiveram cinco filhos: Moysés, Arão (falecido criança), Niafran (falecido criança), Myriam Niafran, Talita Tarcila Paulino de Barros. Residiu a poetisa em Natal, Currais Novos, Campina Grande (PB) de 1928 a 1944, João Pessoa e, finalmente, em Belo Horizonte (MG).

Literalmente usava os pseudônimos: “Humilde Brasileira” e “Alma Potiguar”. Colaborou na revista A Jangada, de Fortaleza e fez parte da Casa de Juvenal Galeno, de Fortaleza no Ceará, e da “Ala Feminina de Campina Grande”, Paraíba. Pertencia à primeira Igreja Presbiteriana de Belo Horizonte.

Como poetisa sacra, versificou inúmeros temas bíblicos, tendo escrito para as revistas Voz Missionária, SAF em Revista e para os jornais Rosa de Saron e Batista Mineiro.

Como escritora publicou os livros "Lírios Roxos", "Vagalume", “Natimorta”, em 1928, pela gráfica Pantuária, sendo a primeira mulher a publicar livro em Campina Grande. Deixou inéditos: “Luzes Pálidas”, “Flagelos”. A poetisa Estefânia Mangabeira faleceu em Belo Horizonte, Minas Gerais, a 27 de agosto de 1974.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Paisagens do RN - Engenho Pituaçú

Vista de parte da antiga senzala, da casa grande e do bueiro do engenho. (Foto Anderson Tavares, agosto de 2008)

Alpendre da casa grande do engenho Pituaçú. (Foto Anderson Tavares)

Pátio fronteiriço ao "Pituaçú", vendo-se ao fundo o engenho. (Foto Anderson Tavares)

Em 1858 surgiram diversos engenhos nas imediações da vila de Canguaretama. Um dos quais foi o engenho Pituaçú (Camarão grande em Tupi).


O Engenho Pituaçú foi fundado pelo português Manoel Antônio de Medeiros e vendido a família Bezerra que por sua vez repassou o a propriedade ao negociante do Recife Parente Vianna. Em 1919 as terras foram adquiridas por Manoel Luiz Gomes por 100:000$000 (cem contos de reis). Neste período, as terras do engenho ocupavam cerca de 1.200 hectares, havendo então uma grande mata virgem.


O proprietário passou a administração do engenho para seu genro Joaquim Gomes Sobrinho casado com Ana Augusta Gomes. O casal construiu a casa grande entre os anos de 1928-29. O prédio foi erguido em frente ao engenho, no cimo de um pequeno morro, onde foi plantado um pomar.


A casa grande do Pituaçú mantém as mesmas características de sua fabrica original. Ostenta fachadas rebuscadas, com a cobertura arrematada por cornija, a platibanda com ornatos de massa. A fachada principal da casa grande, emoldurada por cunhais e cornija, apresenta no térreo duas janelas centrais, ladeadas por outras duas janelas mais largas, sendo todas elas de madeira pintada, assentadas em vãos de vergas retas com cercaduras de massa.


Ao nível do pavimento superior existe o mesmo numero de janelas, que obedecem disposição idêntica à do térreo, estando as duas janelas centrais assentadas em vãos de arcos plenos, e as laterais em vãos de arcos abatidos. Todas as esquadrias são de madeira e vidro, possuindo cercaduras de massa.


O acesso principal a casa é feito através do alpendre lateral esquerdo, cuja cobertura acha-se apoiada em colunas de madeira. A escada que conduz ao primeiro andar, que ocupa parte da casa é de madeira e tem a forma helicoidal. Convém destacar ainda, que abaixo da área ocupada pelo sobrado, encontra-se a sala de visitas, na qual se destaca os retratos do Cel. Quincas e de sua esposa Ana. Todo o piso do casarão é de tijoleira.


A casa grande do Pituaçú guarda inúmeros atrativos, dentre os quais ainda podemos destacar: um antigo berço de balanço, confeccionado de madeira torneada e com fundo de palhinha, apresentando mais um suporte para colocação de cortinado em forma de cegonha e o velho cabriolé (espécie de charrete) que conduzia os moradores da casa à cidade de Canguaretama.

O Engenho Pituaçú é um dos raros no Estado do Rio Grande do Norte, onde ainda é possível admirar a paisagem bucólica aliada às construções históricas como a casa grande, o engenho e o antigo boeiro.