terça-feira, 16 de agosto de 2011

Carlos Moura - retrospecto genealógico

Da direita para a esquerda: Carlos Moura, Chico Moura, Joanete, Chambrinha, Tonito e Neném Simplício. O garoto e Marcos Magalhães. Família reunida no casarão da Rua da Cruz, em Macaíba/RN. Foto acervo Anderson Tavares

Com o falecimento de Carlos Augusto Ribeiro de Moura, no dia 14 de agosto passado, desapareceu o último membro da família mais antiga em terras macaibenses, que residia na cidade. Era descendente direto do coronel Manoel Teixeira Casado, na linhagem do coronel Estevão Moura.

A família Moura de Macaíba, além da ilustre ascendência que parte do coronel Estevão Moura, senhor do engenho Ferreiro Torto, e político renomado desde os tempos do Império, quando administrou o Rio Grande do Norte, origina-se do coronel de milícias Manoel Teixeira Casado, que é o nome mais antigo documentado, residente em terras macaibenses. Foi ele o fundador do sítio Coité, em 1728. Portanto, 127 anos de Fabrício Pedroza fundar a cidade da Macaíba.

Carlos Moura nasceu em Macaíba no dia 05 de maio de 1933, sendo filho de Francisco Canindé de Moura – Chico Moura (*1905 +1968) e de Joana Ribeiro de Moura – Joanete Moura (*1913 +2003), um casal querido em toda a Macaíba. Foi neto paterno do major Alfredo da Fonseca Moura e Maria Chambre da Fonseca Moura, antigos senhores da fazenda Arvoredo. E materno do comerciante Vicente Paulo Ribeiro de Souza e Maria Ambrosina Marinho de Carvalho.

Funcionário público estadual e atleta de futebol durante a juventude, Carlos Moura foi casado em primeiras núpcias com Ilná de Oliveira Moura, em 25 de janeiro de 1958, tendo gerado dois filhos: Francisco Carlos de Oliveira Moura e Kleber José de Oliveira Moura, ambos ex vereadores de Macaíba. Do segundo casamento com Regina Célia de Souza Moura, tiveram Raissa Tatiane. Além de 4 netos.

Residiu durante anos no casarão da Rua da Cruz, estava residindo atualmente na comunidade de Mangabeira. O blog através deste rápido retrospecto biográfico apresenta seu sincero pesar a todos os descendentes de Carlos Moura.



segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Centenário do Grupo Escolar Auta de Souza

O segundo governo de Alberto Maranhão (25 de março de 1908 - 31 de dezembro de 1913) foi o mais fecundo de realizações no período da República Velha, no Rio Grande do Norte. Dentro das reformas empreendidas pelo jovem governador macaibense destaca-se a implantação de uma rede educacional primária que, com o apoio dos Presidentes de Intendência, se estendeu a todo interior potiguar. Convém destacar que a implantação dos grupos escolares no Ensino Público Brasileiro foi o principal projeto do Regime Republicano com o intuito de proporcionar uma cultura escolar laica e científica.

Em Macaíba, foi o Deputado Estadual Coronel Prudente Alecrim quem insistiu junto ao governador pela instalação de um Grupo Escolar na cidade. Nessa época, Macaíba contava apenas com uma escola masculina e outra feminina; escolas rudimentares e isoladas, localizadas nos povoados; além de professores particulares, os quais eram uma constante na cidade e atendiam principalmente aos filhos dos mais abastados, educados no ambiente doméstico.

Pleito atendido de pronto pelo Governador, no dia 19 de outubro de 1911, Alberto Maranhão sancionou a Lei Estadual nº 255 e instituiu um Grupo Escolar denominado Grupo Escolar Auta de Souza. Igualmente assinou o decreto o Secretário Geral do Estado, Francisco Pinto de Abreu, grande incentivador do desenvolvimento educacional no Rio Grande do Norte.

A partir daí, os irmãos João Câncio, Eloy e Henrique Castriciano de Souza emocionados com a homenagem à memória da irmã poetisa doaram a antiga residência da família para que fosse instalada a escola. O deputado coronel Prudente Alecrim solicitou do comércio local os móveis e utensílios necessários à instalação da escola e a Intendência Municipal designou o porteiro do prédio.

Logo em seguida foi designado o primeiro diretor do novo estabelecimento educacional o Dr. Virgílio Otávio Pacheco Dantas, juiz de direito da comarca. Outros nomes se seguiram no labor direcional da escola: Bartolomeu da Rocha Fagundes, Paulo Vieira Nobre, Nicaule Maria do Carmo, Arcelina Fernandes de Souza, Dalila Cavalcanti de Albuquerque, Nazaré Madruga, Enedina Bezerra, Constança Freire de Macedo, Mariluza Almeida, Berenice Guedes, Maria Neta Peixoto, Maria de Fátima e Francisca Goreti Florêncio da Silva. Muitos desses diretores acumularam as funções de direção e do magistério.

O Grupo Escolar Auta de Souza passou a proporcionar aos seus alunos Ensino Primário que tinha quatro anos de duração. Também contava com a chamada Escola Complementar que tinha três anos de duração. Por ser um grupo escolar, os saberes ensinados eram definidos pela Diretoria de Instrução Pública do Estado do Rio Grande do Norte.

No Ensino Primário ensinava-se Língua Portuguesa, Aritmética, História do Brasil, Geografia do Brasil e Cantos Pátrios, tudo de acordo com as orientações oficiais. Eram também contemplados os conhecimentos religiosos, nas aulas de doutrina e cantos religiosos. Na Escola Complementar, os conhecimentos ministrados eram mais elaborados e contava com o ensino de outras línguas, principalmente o francês. O alunado era misto, sendo dividido em seção feminina e seção masculina.

Para além das atividades pedagógicas, o Grupo Escolar Auta de Souza passa a ser o centro aglutinador das atividades culturais e festivas de Macaíba. Em seu salão nobre foram realizados banquetes para recepcionar os presidentes Washington Luís e Getúlio Vargas; a líder feminista Bertha Lutz foi recepcionada e lá assistiu ao alistamento eleitoral das primeiras eleitoras de Macaíba; Madrinha Beleza (Isabel Freire da Cruz) encenou com seus alunos os “dramas” e; Dona Ana Alecrim tocou as mais belas canções em seu piano Pleyo para o deleite dos convidados.

Nesses quase cem anos, milhares de alunos passaram pelos bancos escolares do Grupo Escolar Auta de Souza e da Escola Estadual Auta de Souza, recebendo formação educacional e desenvolvendo competências que os ajudaram na profissão e no desempenho de suas atividades intelectuais em diferentes áreas da sociedade.

Enaltecer o antigo Grupo Escolar Auta de Souza é falar de uma escola de vida, de alegria e criatividade. Trata-se de uma Escola de grandes mestres e alunos brilhantes. Escola que, durante cem anos de existência, tentou acompanhar as mudanças na educação e na cultura, onde a prática curricular se desenvolvia coerente com o crescimento da cidade da Macaíba, do Estado, do Brasil e do Mundo.