É necessário o Rio Grande do Norte fazer justiça à memória de um dos seus filhos, que se revelou um dos maiores jornalistas latino-americanos. Jayme Dantas, moreno, pequeno e atarracado, menino de Macaíba, morando em Natal foi vizinho de uma família americana, brincando com os garotos da casa ao lado, aprendeu o inglês como aprendeu o português.
Veio a guerra, os americanos desembarcaram em Natal, para construir e operar a base aérea, ligação fundamental dos Estados Unidos com a África. Precisavam de intérpretes e Jayme, adolescente, foi contratado. Trabalhou com os americanos dois anos seguidos.
Ao fim da guerra, a norte-americana revista "Time" decidiu nomear um correspondente no Brasil. Jayme, nem ele sabia por que, foi indicado ao gringo da "Time" que veio ao Rio escolher o correspondente.
Jayme recebeu em Natal uma passagem e o endereço do hotel, no Rio, veio e se apresentou ao gringo. Tornando-se correspondente no Brasil da revista “Time” durante 25 anos, o primeiro jornalista brasileiro a trabalhar na imprensa estrangeira. Foi também o primeiro brasileiro a presidir o Clube da Imprensa estrangeira, o “Overseas Press Club”.
Trabalhou no Jornal do Brasil como correspondente nos Estados Unidos da América e na Argentina e dirigiu, junto com Calazans Fernandes, os cadernos especiais da Folha de São Paulo. Em 1962, Jaime Dantas abriu as portas do Governo Kennedy para o Governo Aluízio Alves, implantando-se no Estado audacioso programa de educação financiado pela “Aliança para o Progresso”. O educador Paulo Freire foi um dos principais colaboradores desse projeto.
Em fins de 65 e em 66, quando a TV Globo começou a funcionar, Jayme Dantas foi o chefe de redação do jornal "Ultra-Notícias", que em 67 virou "Jornal da Globo", com José Ramos Tinhorão como editor-chefe, e, em 69, tornava-se "Jornal Nacional".
Chefiando a redação do primeiro "Jornal da Globo", o potiguar Jayme Dantas, baixinho e competente, era, no jornalismo da Globo, o representante do grupo "Time-Life", que foi sócio de Roberto Marinho e financiou a criação da TV, até que a CPI do Congresso, inspirada por Carlos Lacerda e comandada por João Calmon, dos "Diários Associados", anulou o "Acordo Time-Life" e obrigou Roberto Marinho a desfazer oficialmente a parceria.
Não sei se por isso, para esconjurar velhos pecados, ou por um lapso, Jayme Dantas foi suspeitamente esquecido no livro dos 35 anos do "Jornal Nacional" ("Jornal Nacional, a notícia faz história"), entre os primeiros que participamos da criação do jornalismo na TV Globo.
JAMES DANTAS GRANDE HOMEM,COM ESTATURA PEQUENA MAIS COM UM ENORME CORAÇÃO, FOI CORRESPONDENTE DO JORNAL DO BRASIL EM WASHINGTON , MORREU DO CORAÇÃO EM UMA VIAGEM A NOVA YORK , SEU CORPO FOI TRANSLADADO E ENTERRADO NO CEMITÉRIO SÃO JOÃO BATISTA...
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