Sabemos
que o Seridó (região geograficamente situada entre o Rio Grande do Norte e a
Paraíba) possui raízes judaicas e que o Prof. Marcos Filgueira publicou a
ligação entre Caetano Dantas Correia e Clara Afonso, de Barcelos, filha de
Junca Montezinho e Micol, entre tantos outros ramos ainda mais expressivos no
seu renomado livro “Os judeus foram nossos avós”. Exímio pesquisador há
décadas, sempre ético, disponibilizou inclusive gratuitamente essa grande obra.
Muitos
potiguares descendentes da família Medeiros do Seridó podem requerer reconhecimento de
sua ascendência judaica e obter as cidadanias portuguesa e espanhola. Os trâmites são os seguintes: Depois
de fazer o
levantamento da
árvore genealógica
que
chegue a um judeu processado, é necessário elaborar um relatório
com as provas documentais de cada antepassado. Envia-se este
relatório para uma comunidade judaica em Portugal (visitem: www.cilisboa.org), se aprovado,
obtêm-se um certificado. De posse do certificado, dá entrada na
conservatória de registros de Portugal para obter a cidadania. Particularmente, esclareço, devido aos muitos emails que tenho recebido, que não trabalho com levantamento de árvore genealógica, mas existe muitas pessoas que empenham-se no levantamento dos dados genealógicos.
Em
2017 escrevi e publiquei em meu blog um artigo intitulado “Ancestrais dos
irmãos Rodrigo de Medeiros Rocha e Sebastião de Medeiros Matos, troncos da Família
Medeiros do Seridó no Rio Grande do Norte" http://www.historiaegenealogia.com/2017/09/ancestrais-dos-irmaos-portugueses.html e prosseguimos nas buscas e conseguimos localizar um documento fundamental, e que prova a ancestralidade judaica
dos Medeiros do Seridó. O documento é acessível gratuitamente, online, através do site da Torre do Tombo: https://digitarq.arquivos.pt/details?id=2306810
Trata-se
do PROCESSO POR CRIME DE JUDAÍSMO DE ÁGUEDA MONIZ, sobrinha de BEATRIZ MARQUES, TETRAVÓ de RODRIGO DE MEDEIROS ROCHA e de SEBASTIÃO DE MEDEIROS MATOS,
PATRIARCAS DOS MEDEIROS DO SERIDÓ.
Logo
abaixo encontra-se a linha ascendente dos irmãos Rodrigo e Sebastião de Medeiros
até Beatriz Marques já descrita há muitas décadas por Gaspar Frutuoso em “Saudades
da Terra” e publicada posteriormente por José Augusto Bezerra de Medeiros em seu
livro “Seridó”.
Marcos Afonso e Inês de Xerez, naturais da Espanha (Cristãos-Novos)
⇓
Beatriz Marques casada com Manoel Rodrigues Furtado
Beatriz Marques casada com Manoel Rodrigues Furtado
(cristã-nova, irmã de
Elvira Marques e tia materna de Águeda Moniz)
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Pe. Manoel Rodrigues Furtado
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Pe. Manoel Rodrigues Furtado
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Beatriz Furtado, nascida em 1587
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Maria de Medeiros, nascida em 1627
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Maria de Medeiros Rocha, nascida em 1653
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Maria de Medeiros
Pimentel, nascida em 1675
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Rodrigo de Medeiros
Rocha, nascido em 1709, e Sebastião de Medeiros Matos, nascido em 1716
NOTA: Foi localizado o termo de óbito da cristã nova Beatriz Marques, falecida aos 19 de julho de 1568, o que impossibilita cronologicamente Beatriz Furtado ser a sua filha, tendo em vista que esta gerou, no ano de 1627, a filha Maria de Medeiros. Verificando o processo inquisitorial de Águeda Muniz, pode-se observar na página 15v, onde o Padre Manoel Rodrigues Furtado, aparece como pai de dois filhos: um de nome Matias e outra sendo a própria Beatriz Furtado, batizada aos 11 de fevereiro de 1587, tendo por madrinha Águeda Muniz.
De qualquer forma, a linha genealógica está mantida, sendo alterado o parentesco entre Beatriz Marques e Beatriz Furtado, que passam a ser avó e neta, respectivamente, ao invés de mãe e filha, como anteriormente apontado.
De qualquer forma, a linha genealógica está mantida, sendo alterado o parentesco entre Beatriz Marques e Beatriz Furtado, que passam a ser avó e neta, respectivamente, ao invés de mãe e filha, como anteriormente apontado.