quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

O maestro Mário Tavares

Maestro Mário Tavares regendo. (Acervo Gláucia Maranhão Tavares)

Mário Tavares na Alemanha, em frente a casa de Beetlhoven. (Acervo Gláucia Maranhão Tavares)

Descendente de Fabrício Gomes Pedroza e Amaro Barreto de Albuquerque Maranhão figuras tão ligadas a história de Macaíba e do Rio Grande do Norte, Mário Tavares nasceu em 18 de abril de 1928, em Natal, sendo seus pais o Sr. Jorge Tavares, filho de Amélia Augusta de Albuquerque Maranhão Tavares e Olimpio Tavares; e de Júlia Palma Tavares. Teve dois irmãos, Túlio e Carlos Tavares.



Proveniente de uma gens melômana e artista, vale destacar que seus tios-avós Alberto Maranhão foi o “Mecenas” da cultura potiguar; Joaquim Cipião foi excelente violinista, diretor do Teatro Alberto Maranhão e da Escola de Música; Amaro Barreto Filho foi pianista renomado, formado em Paris e professor da Escola de Música do Rio de Janeiro; seus primos Jorge Barreto Maranhão e Maria Augusta Tavares pianistas e sopranos, anfitriões de tertúlias sedutoras, para não citar outros tantos.



Mário Tavares tinha oito anos quando encontrou em cima da cama ao voltar do colégio, um violoncelo “de autor”, de tamanho “três-quartos”, presente da avó Amélia Tavares. O plano da avó era claro. Como Túlio, o irmão mais velho de Mário, era pianista e Carlos, o do meio, tocava violino, faltava o violoncelo para compor o trio. Contudo, Mário afirmou certa vez a um amigo: “Meu negócio não era violoncelo. Meu negócio era harmonia, improvisar no piano, ler, estudar e, sobretudo orquestrar”.



Aos 12 anos já integrava a orquestra de Salão da Rádio Educadora de Natal, a ZyB – 5, dirigida por Carlos Lamas e Carlos Faracchi.



Mário Tavares foi aluno do Colégio Santo Antônio Marista e estudou música com o maestro italiano Tomaso Babini, passando em seguida uma temporada no Recife, aprimorando conhecimentos antes de embarcar para o Rio de Janeiro em 1947.



No Recife Mário Tavares então aos 16 anos seguindo os rastros do mestre Babine, integrou-se a Orquestra Sinfônica, fundada três anos antes por Vicente Fitipaldi. Na capital pernambucana foi influenciado pelo frevo, cujo expoente nas composições era o Nelson Ferreira, de quem se tornou amigo.



Com o objetivo de concorrer a uma vaga de violoncelista na Orquestra Sinfônica Brasileira, Mário Tavares viajou para o Rio de Janeiro, naquele Estado foi examinado pelo regente Eugen Szenkar, Nydia Soledade e Iberê Gomes, sendo contratado em abril para integrar a então recém fundada OSB, da qual esteve ligado até 1960.



Consagrado pelos seus virtuosos dons musicais, reconhecido internacionalmente, Mário Tavares destaca-se como interprete da obra de Villa Lobos. Aceitando o convite da esposa do compositor – D. Arminda, empreendeu a revisão da obra sinfônica e regeu a maioria das obras inéditas até a morte do maestro em 1959.



O maestro Mário Tavares dirigiu a Orquestra Sinfônica do Teatro do Rio de Janeiro durante 38 anos. Regeu também alguns dos mais famosos solistas nacionais e internacionais como Aldo Parisot, Nelson Freire, V. Ghiorgiu, Giorgy Sandor, Mtslav Rostropovich, Paula Seibel e Nina Beylina, Foi o principal maestro no Festival Internacional da Canção Popular da TV Globo, de 1967 a 1975 e do Festival de Música Contemporânea, de 1969 a 1970.



Em junho de 2002 o maestro foi homenageado com o lançamento do CD “Mário Tavares” que reúne quatro composições de sua autoria: “Potiguara”, “O Concertino”, “Sonata nº1” e “Rio, a Epopéia do Morro”. Obras estas escritas entre 1959 e 1965.



Mário Tavares era casado com Gláucia Maranhão Tavares e pai de três filhos e avô de 6 netos. Visitou Natal pela última vez em 2001. Morreu numa quarta-feira, dia 05 de fevereiro de 2003, aos 74 anos. O sepultamento ocorreu no Memorial do Carmo no Rio de Janeiro.
O maestro Mário Tavares afirmava que para ele não existiam fronteiras entre os sons clássicos e os populares. “Música boa é música bem feita”. A frase era o resumo de uma carreira que nunca se prendeu a rótulos.

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

A Família do professor Caetano

Caetano José da Silva Costa, filho de Pedro Nolasco Pereira da Costa e Ana Caetana Coelho da Silva Costa. Maria Anunciada Botelho da Costa, filha de José Botelho Pinto e Maria Botelho Pinto.

Caetano Costa e Maria Anunciada tiveram;

F.1 Maria Amélia Costa *13-05-1885 +22-08-1973

N. Esdras Lima c.c. Maria Vitória de Lima.

F.2 José Augusto Costa *30-01-1889 +01-01-1961, c.c. Maria Esmeraldina Trigueiro Costa * 10-07-1891 +21-11-1974;

N. Beatriz Costa Ferreira c.c. Poti Aurélio Ferreira;

N. Bianor Trigueiro Costa c.c. Dahil de Andrade Costa;

N. Brinaldo Trigueiro Costa;

N. Boanerges Trigueiro Costa c.c. Elizabeth Marinho Costa;

N. Bridenor Trigueiro Costa c.c. Ana Pinheiro Costa;
N. Bertilha Costa Padilha c.c. Vitor Padilha

N. Baltamir Trigueiro Costa c.c. Neyde Tavares Trigueiro Costa;

N. Berenice Costa Ferreira c.c. Pery Ferreira;

N. Brinauria Costa Menezes c.c. Ubaldo Menezes de Melo;

N. Branilze Costa de Sousa c.c. Francisco Ferreira de Souza (Chico Bento);

N. Brasileide Costa Trigueiro;
N. José Augusto Costa Filho c.c. Zélia Ferreira Costa.

F.3 Maria do Carmo Costa *11-03-1891 +16-04-1974, casada em 10-05-1910
Antônio Marinho de Oliveira;

N. Abigail Marinho Bezerra da Silva c.c. Francisco Bezerra da Silva;

N. Moiséis Marinho de Oliveira c.c. Nazira de Albuquerque Maranhão;

N. Maria Alice Fernandes c.c. Francisco Fernandes Costa;

N. Clarisse Marinho Josuá;
N. Judith Marinho Dantas;
N. Elizabeth Marinho Costa c.c. Boanerges Costa.

F.4 Caetano José da Silva Costa Junior *25-04-1892 +20-04-1979, c.c. Maria Carlota da Rocha Costa;

N. Valdemar Costa c.c. Altamira Simpson;

N. Moises da Rocha Costa c.c. Giselda Pinheiro Costa;
N. Ana Anunciada da Rocha Costa.

F.5 Euclides Pinto da Costa *13-05-1885 +22-08-1973, c.c. Maria Aline de Mesquita.

N. Ranilson Costa c.c. Luiza Josuá Costa;

N. Agenor Carneiro de Mesquita Costa;

N. Caetano José da Silva Costa Neto;
N. Maria Eunice Costa.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Professor Caetano

Nascido em 19 de agosto de 1858, na Imperial Vila de Paparí – hoje Nísia Floresta, filho de Pedro Nolasco Pereira da Costa e Ana Caetana Coelho da Silva Costa, Caetano José da Silva Costa chegou à Macaíba em 1869, onde recebeu mais tarde o título de Delegado Escolar da 1ª Classe do Interior, no Atheneu Potiguar. Posteriormente, em 1878, foi nomeado por ato da Diretoria Geral da Instrução Pública para exercer o magistério. Em 13 de fevereiro de 1886, foi nomeado por mérito Delegado Escolar.


Envolto aos grandes acontecimentos que antecederam a abolição da escravatura, o professor Caetano destacou-se como orador dos clubes abolicionistas de Macaíba e Natal, sendo o da capital presidido pelo padre João Maria. Colaborou no jornal “Oito de Setembro”, órgão da imprensa católica fundado para defender a causa abolicionista.


Republicano, o professor Caetano foi membro do clube republicano fundado por Pedro Velho. Com o advento da proclamação da República, o clube foi convertido em Partido Republicano Federal e o professor Caetano, devido ser naquele instante histórico, o elemento neutro da política local, agradando tanto a oposição quanto a situação, foi indicado por Pedro Velho o 1° Intendente de Macaíba, sob o regime republicano, tomando posse em 06 de dezembro de 1889, no Paço Municipal da rua da Cruz, recebendo harmoniosamente o governo do velho capitão João Lourenço de Oliveira Mendes, monarquista de quatro costados!

Sua permanência a frente do executivo municipal durou pouco, o jogo de interesses e a politicalha do momento, fez com que ficasse menos de um mês no poder, sendo logo substituído pelo Dr. Francisco de Paula Sales, Senhor do Ferreiro Torto por casamento com D. Suzana Teixeira de Moura.

Religioso por índole, em 1897 integra-se ao movimento Batista do Estado. Ainda em julho de 1897, ingressa na Maçonaria entrando na Loja “21 de Março”, da qual chegou a Venerável Mestre.

Intelectual reconhecido, o professor Caetano Costa foi fundador junto a Henrique Castriciano, João de Lyra Tavares, Eloy de Souza, Augusto Tavares de Lyra, Auta de Souza e Alberto Maranhão do Grêmio Literário “Tobias Barreto”. Foi idéia do professor Caetano a fundação da Filarmônica “Tobias Barreto”, cujo instrumental ele conseguiu com o Cel. Manuel Maurício Freire e indicou o maestro Enéias Hipólito Dantas, para regente.

Muito ligado aos movimentos populares, o professor Caetano foi membro perpétuo da Liga Artístico Operária São José, em Macaíba e da Liga Operária Norte-Rio-Grandense, fundada por Augusto Leite. Pertenceu ainda a outras sociedades; Previdência Natalense de Auxílio Mútuo, Conselho da Igreja Presbiteriana de Natal e Sociedade do Colégio Americano Batista. Foi agraciado com o título de “Chefe de Escoteirismo”, concedido pela Associação Brasileira dos Escoteiros do Alecrim.

Destacamos sua contribuição ao magistério, por meio do seu projeto que definiu novo material didático objetivando, através de exercícios dirigidos, melhorar a caligrafia dos alunos que possuíam letra ruim. O escritor Octacílio Alecrim, que destaca em suas memórias as aulas do velho mestre.

Em setembro de 1901, professor Caetano foi nomeado Agente Fiscal do Imposto de Consumo, de 1ª circulação – 2ª secção do RN, para os municípios de Macaíba e São Gonçalo do Amarante, cargo no qual permaneceu até 1921, quando foi transferido para a Alfândega de Natal. Sua neta Maria Alice Fernandes, destaca em bela crônica evocativa, que durante o cumprimento desse encargo, jamais multou alguém, procurando orientar, ensinando a todos a forma correta de proceder.

Aos 63 anos, faleceu o professor Caetano José da Silva Costa aos 04 de junho de 1925. Seu sepultamento no cemitério do Alecrim congregou a oposição e situação da política macaibense, em um momento histórico de paz. Antônio de Andrade Lima e Manoel Maurício Freire, caminharam lado a lado irmanados na dor da perda do conselheiro e amigo leal que tanto se dedicou a Macaíba.
Primeiro professor a governar Macaíba, professor Caetano foi homenageado com seu nome numa das principais ruas da cidade.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Rua da Conceição ou Nossa Senhora da Conceição?!

Em Natal

No Rio de Janeiro/RJ
Em Juazeiro do Norte/CE

Até o ano de 1858, existiam em Macaíba apenas duas ruas: a Rua da Pátria e a Rua da Conceição. A Rua da Conceição é uma das principais artérias do município da Macaíba. Foi aberta para se chegar ao tabuleiro onde seria erguida a Capela da Conceição, a mando do major Fabrício Gomes Pedroza, que doou o terreno para construção da capela, futura matriz. Já nasceu com este nome.

Em 1882, ela aparece em um antigo mapa-projeto feito para uma estrada de ferro que atravessaria a cidade, partindo da capital rumo à cidade de Ceará - Mirim. Pode-se observar as poucas residências com quintais enormes.

Os documentos mais antigos; escrituras, inventários e cartas aparecem sempre com a denominação toponímica de Rua DA CONCEIÇÃO e nunca Rua Nossa Senhora da Conceição. “Conceição” é Concebida sem o pecado original. Logo a denominação liga-se ao titulo dogmático, simples tradição portuguesa que lembra a concepção de Maria. Temos em Natal uma rua também chamada de Rua da Conceição, fica na Cidade Alta. O antigo Colégio da Imaculada Conceição, em Natal, era comumente conhecido por Colégio da Conceição.

No seu livro Província Submersa, o escritor macaibense Octacílio Alecrim afirma: a casa com gradil onde nasci fica na RUA DA CONCEIÇÃO.

A Rua da Conceição era o caminho natural para o porto da Macaíba, descendo pela Rua da Pátria (Nair Mesquita) até alcançar a Rua da Praia (Teodomiro Garcia).

Em 1883 foi inaugurado o antigo prédio dos correios imperiais. O primeiro estabelecimento comercial aberto na Rua da Conceição foi à casa bancaria Paula, Eloy & Cia. onde, posteriormente, funcionou a Intendência (prefeitura) , local da recepção ao presidente Washington Luiz, durante sua visita a cidade.

A Rua da Conceição abrigou a elite dos tempos imperiais. O comendador Umbelino de Mello, homem de prol e de mando que atravessava em carruagem, as alamedas formadas pelas mungubeiras da rua, em direção a sua casa na qual foi assinada a libertação dos escravos do município. O Coronel Prudente Alecrim e sua esposa, Donana, deleitando os transeuntes com os acordes do antigo piano alemão pleyal. Isabel Freire da Cruz (Madrinha Beleza) ensaiando os “dramas”, peças encenadas pelos jovens da cidade e a figura austera de Eulália Freire.

E, mais recentemente, Alice de Lima e Melo (secretária perpétua da prefeitura), Graziela Mesquita e sua pensão da Esperança, Erneide Magalhães com sua caridade, Cornélio Leite e o primeiro cartório, Dr. Virgílio Dantas, sua esposa D. Terceira Alecrim e seus 14 filhos! Maria Zebina Alecrim, sentada, imponente, na frente do seu casarão ao lado do marido Alberto Silva dono da padaria Brasil, a mais antiga da cidade.

É a rua das grandes movimentações políticas, das gincanas, dos desfiles cívicos, das movimentações religiosas e da tradicional feira local, desde a sua fundação funcionando aos sábados. Atualmente abriga grande parte do comercio local.

Foi rua de muitos jardins no passado e abriga ainda o mais antigo da cidade, cultivado por Donana Alecrim. É único, sem as dimensões e as variedades de flores, crotões e rosas francesas de outrora.


Essa e a história da Rua da Conceição, convertida pela memória atual descomprometida com a tradição do passado, em Rua Nossa Senhora da Conceição como se existisse erro na denominação histórica. 

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Comendador Umbelino de Mello

Umbelino de Mello, como era conhecido na Macaíba do passado, é uma figura histórica controversa. Nascido na cidade do Aracatí, no vizinho Estado do Ceará, no ano de 1844. Era filho do Coronel Thomaz Antônio Guedes de Mello e de Débora Carolina de Gouveia Mello. Veio para Macaíba já casado com Maria Amélia da Veiga Pessoa de Mello, a convite de seu irmão o Cel. Thomaz Antônio de Mello, sócio capitalista da Firma Paula, Eloy & Cia., para assumir a gerencia da mesma.

Como presidente do Clube Abolicionista “Padre Dantas”, libertou os escravos da Vila da Macaíba, em 08 de janeiro de 1888, ao passo que como sucessor do Deputado Eloy Castriciano de Souza, na chefia da Casa Paula, Eloy & Cia., apresentou-se como um péssimo administrador, levando à falência uma empresa vencedora.

Acumulando a chefia da casa bancária, com a de líder político de Macaíba, Umbelino de Mello não teve a destreza de separar os dois campos e, gastou para manter-se no poder, o seu dinheiro e a fortuna alheia. Chefe político e líder do Partido Liberal, na vigência do mando do Dr. Amaro Carneiro Bezerra Cavalcanti, Umbelino de Mello recebia telegramas, num tempo de comunicação cara e difícil. Todos os assuntos relativos à política, economia e a Família Imperial, chegavam primeiro à Macaíba, verdadeiro “feudo” do Comendador Umbelino.

A decretação de falência da casa bancaria Paula, Eloy & Cia., fez com que o comendador fosse arrastado numa maré de dividas. O comendador ficou devedor de uma quantia imensa aos herdeiros do Deputado Eloy de Souza; João Câncio, Henrique Castriciano, Eloy Castriciano e Auta de Souza, ocasionando litígios memoráveis na justiça estadual.

Prestigiadíssimo politicamente durante o Império do Brasil, Umbelino Freire de Gouveia Mello foi agraciado com a Imperial Ordem da Rosa, no grau de Comendador, em ato do próprio Imperador Pedro II.

Foi o Comendador Umbelino Freire de Gouveia Mello, que se encontrando no Recife em novembro de 1889, telegrafou diretamente ao Presidente de Província Cel. Antônio Basílio Ribeiro Dantas, informando-lhe sobre a proclamação da República e sugerindo, uma rápida negociação com os elementos da oposição, para a formação de um governo que congregasse os monarquistas.

A proclamação da República e a ascensão política da família Albuquerque Maranhão, levaram ao ostracismo o dignitário imperial, que ainda conseguiu se eleger Deputado a primeira constituinte Estadual, em 1891. Contudo, depois do golpe que dissolveu aquela assembleia, se viu pobre e graças à intervenção do governador Joaquim Ferreira Chaves, foi nomeado Administrador dos Correios do Rio Grande do Norte, cargo no qual faleceu em outubro de 1904. Seus restos mortais foram transladados para a Matriz de Macaíba e repousam no jazigo de Thomaz de Mello, seu pai.

Do seu casamento com D. Maria Amélia da Veiga Pessoa teve Ana Pulquéria Pessoa de Mello Alecrim (Donana Alecrim) e por ela avô do escritor Octacílio de Mello Alecrim, Thomaz Evaristo Pessoa de Mello casado com Maria das Dôres Pelinca de Oliveira, Débora Umbelina Pessoa de Mello Monteiro casada com João Batista do Rêgo Monteiro e Maria Júlia Pessoa de Mello (Julinha) solteira, além de vários outros filhos, falecidos em tenra idade.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Jessé Pinto Freire: vereador, deputado estadual, deputado federal por três-Iegislaturas consecutivas e senador da República. Nasceu em Macaíba no dia 18 de novembro de 1918, mas se iniciou no comércio e na política em Natal. "Quando destaco as minhas origens humildes, não é por demagogia, que abomino, e sim, para incentivar milhares de rapazes pobres que têm uma pátria livre na qual todos podem prosperar desde que estudem e se capacitem para os difíceis misteres da vida", afirmava.


E o que se pode classificar como um homem duplamente vitorioso: como empresário e como político. Já deu várias voltas ao mundo, como representante do País e presidente da Confederação Nacional do Comércio. Só não conheceu a China, parte da África, Austrália e Nova Zelândia.


Jessé Freire teve uma infância pobre. Porém, foi uma infância alegre, livre e liberta. Seu pai, Nelson Geraldo Freire foi barbeiro em Macaíba e um leitor voraz. Sua mãe d. Maria Augusta Botelho Freire era de prendas domésticas. Logo cedo teve que se empregar para ajudar na manutenção da família. Chegou a Natal no dia 4 de outubro de 1930, dia da Revolução! Em Natal foi comerciário, bancário, revisor do jornal "A República" para depois se instalar como pequeno comerciante e proprietário da sorveteria "Eldorado". Começou dai a sua carreira de empresário vitorioso.


Foi estudante pobre. Morou em pensão, estudou a noite, com luz de lamparina, perseguindo um objetivo: vencer na vida. Foi presidente da Confederação Nacional do Comércio reeleito por três vezes consecutivas - e senador da República. Para chegar até onde chegou teve que vencer inúmeros obstáculos e caminhar pelos mais diversos caminhos sempre em busca de um ideal que ele perseguia desde a sua infância pobre em Macaíba. Nunca negou a sua origem humilde, nem esqueceu os velhos companheiros do tempo de pensão. Orgulhava-se de ter sido pobre, apesar do grande império empresarial que construiu.


Chegando a Natal, vindo de Currais Novos, em 1930, foi empregado do comércio trabalhando na firma de Gonçalo Gomes. Depois foi funcionário da antiga Companhia Força e Luz. Em seguida, funcionário do Banco do Povo, para, finalmente, ser revisor de "A República" junta­mente com Aluízio Alves, Raimundo Nonato Fernandes, Waldemar Araújo, Rômulo Wanderley, Lil"u e Paulo Luz. Depois de atravessar toda essa fase difícil de sua vida resolveu ingressar no comércio e fundou a "Sorveteria Eldorado", em 1942.


Atendendo o convite dos amigos, foi candidato a Câmara Municipal de Natal da qual chegou a ser presidente, em 1952, ao lado de Mozart Romano, Felizardo Moura, João Frederico Galvão, Antônio Félix e outros. Iniciou aí a sua carreira política vitoriosa.


Em 1964, foi eleito presidente da Confederação Nacional do Comércio sendo reeleito por três vezes consecutivas.


O Senador Jessé Pinto Freire faleceu em 13 de outubro de 1980. Costumava definir a política como "uma dinâmica que o homem possui para, desenvolvendo as suas qualidades intrínsecas, poder trabalhar pelo bem comum".