Mostrando postagens com marcador Terras da Macaíba. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Terras da Macaíba. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Comunidade de Riacho do Sangue

Essa comunidade é uma das mais antigas de Macaíba. A tradição oral explica a origem toponímica, segundo a qual Riacho do Sangue é proveniente de um matadouro existente, no passado, as margens do rio que corta o lugar. O agricultor Joaquim Manoel da Silva é apontado como o primeiro morador da localidade. Ele era proveniente de cajazeiras de Rio dos Ventos, no Estado da Paraíba. Morou inicialmente na Fazenda São Joaquim, em Tabatinga. Posteriormente comprou as terras de sua cunhada em Riacho do sangue e ali fixou sua residência.

Outras famílias foram aos poucos chegando na comunidade: Custódios, Duarte, Lagoa, Bernardo e Henrique foram algumas que solidificaram suas raizes até os dias atuais. Formada por uma população de arraigada expressão católica, as pessoas se reuniam em casas para festejar os santos de sua devoção com missas, novenas e noites marianas. A partir de 1997, iniciaram conjuntamente a construção da capela cujo padroeiro é São Sebastião.

Na década de 70 o Movimento de Educação de Base, entidade ligada a Arquidiocese de Natal, iniciou um trabalho de conscientização política e organização na comunidade, de cujo trabalho acarretou a formação de uma associação comunitária, de um grupo de jovens e de mulheres.

Outro ponto positivo advindo dessa parceria comunidade/Igreja veio com a construção de casas populares, de casas de farinha e da sede da associação, além de um armazém para comercialização dos produtos fabricados. A agricultura sempre foi a principal fonte de renda para a maioria da população, aliada a casa de farinha.

Com a comunidade organizada a população passou a buscar melhorias para Riacho do Sangue, através de reivindicações junto as esferas governamentais competentes.

A comunidade possui 205 residências habitadas, 01 centro social, 01 armazém, 01 casa de farinha, funcionando periodicamente, 01 capela e 01 escola de porte médio funcionando com cerca de 500 alunos nas três modalidades de ensino: infantil, fundamental e médio.

A população é estimada em 1.100 (mil e cem) habitantes. De acordo com a última eleição as sessões eleitorais dessa comunidade comportou um total de 580 eleitores das comunidades de Riacho do sangue, Assentamento Eldorado, Quilombo Palmares e Lagoa do Boi.

Organizacionalmente, a comunidade possui um conselho comunitário que buscar constantes melhorias para a população; um grupo de jovens que tem realizado um trabalho de formação para a juventude, um grupo de artesãos e um grupo de evangelização da Igreja Católica.

O povoado de Riacho do Sangue possui um campo de futebol com mais de 50 anos, onde jogam os dois times locais: Ponte Preta e o Juventude. Um hábito que a comunidade não perdeu foi o de se reunir durante a noite na calçada da igreja e da casa de farinha para um bate papo.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Cajazeiras

O nome mais antigo ligado ao Distrito de Cajazeiras é o da senhora Maria de Congonguis, conhecida por Maria da Lagoa, que juntamente com familiares se fixaram próximo a uma lagoa onde se destacava três pés de Cajá. Assim, o local passou a ser conhecido como Lagoa do Cajá.

Emigrado da Paraíba, o Sr. Francisco Albino da Silva chegou à comunidade com sua família, passando a cultivar a terra. Foi ele quem criou uma casa de farinha cuja produção era enviada para o porto de Guarapes. Em 24 de dezembro de 1878, Francisco Albino reuniu-se numa festa com familiares e amigos e propôs a mudança do nome de Lagoa do Cajá para Cajazeiras, cidade da qual era oriundo.


Em 13 de dezembro de1885, foi celebrada a missa para a oficialização da padroeira da comunidade: Santa Luzia. A imagem da santa foi doada pela senhora Vicência Duarte. A primeira capela foi construída em 1905, sendo transferida em 1972 para outra maior.


Cajazeiras possui um cemitério construído em terras doadas por Maria Adriana Farias. No ano 2000, um mutirão comunitário reformou e ampliou as instalações do primitivo cemitério que recebeu o nome de Nova Morada.

Com uma população de 2.233 pessoas, Cajazeiras tem sua economia baseada na agricultura, comércio e artesanato. Em 2002, foi fundada uma feira onde é comercializada a tapioca, o beiju e o tradicional sequilho.

Na área da saúde dispõe de um PSF (Posto de Saúde Familiar) que fornece diversos serviços. A Escola Municipal Santa Luzia foi fundada em 1963. Atualmente, possui 308 alunos. E a Creche municipal atende a crianças de cinco a seis anos. A comunidade possui dois campos de futebol pertencentes às duas agremiações locais: União Futebol Clube e Clube de Regatas Brasil.

Cajazeiras permanece uma parada obrigatória para os viajantes do Seridó, mantendo uma tradição iniciada com os antigos tropeiros vindos do sertão com suas mercadorias transportadas pelas águas do Jundiaí.

domingo, 22 de novembro de 2009

Cana Brava

Segundo a tradição oral, a origem do nome Cana-Brava deve-se a doença e posterior morte de alguns animais após comerem um plantio de cana-de-açúcar. No principio, tratava-se de uma comunidade pequena com casas de taipa e palha. Os moradores viviam da agricultura de subsistência.

Em 1880, o padre João Maria realizava missões por aquela região, o que levou a construção de uma capela (em 1883). No ano seguinte, o senhor Manoel Oliveira da Costa doou o terreno para construção do cemitério. Por atender as comunidades vizinhas, o cemitério ficou lotado, sendo ampliado graças à doação de Jacó Cassiano. O distrito ainda possui uma Assembléia de Deus que foi inaugurada em 1950.


No ano de 1904, com a chegada da família de Bernardo Cosme Xavier, inaugurou-se uma pequena fábrica de fogos de artifícios que foi fechada após um incêndio.


Em 1938, essa mesma família ergueu um engenho movido à tração animal. O comercio ampliou-se contando agora com a fábrica de doces de Alcides Lucena, a loja de tecidos de Alfredo Ferreira e as casas de farinha. Em 1936, foi fundada a feira livre. E em 1954, construído o mercado público, atualmente o prédio funciona como centro social.


O sistema educacional é formado por quatro escolas. As municipais: Escola Manoel Duarte Filho, fundada em 1984, e a Escola Rodolfo Helinsk, inaugurada em 1995. A Escola Estadual Maria Fernandes do Forte e a Creche Pequeno Príncipe. Uma das professoras mais antigas da comunidade é a senhora Maria da Glória Batista de Oliveira.


A comunidade conta com um posto de saúde inaugurado na década de 1970, recentemente reformado pela municipalidade, oferecendo médicos durante a semana.


Cana-Brava tem entre seus moradores pessoas que despertam o respeito e o carinho de todos pela história de vida e, sobretudo, por serem os moradores mais antigos, por serem os guardiões do passado social. Dentre eles destacamos a senhora Estelita Lima Revoredo, neta do doador do terreno da Igreja. E João Alves da Silva, aposentado da FUNASA.


Eles afirmam que Cana-Brava é a terra onde se vive muitos anos, porque contam com fatores como clima, água, paz e camaradagem entre seus habitantes.

domingo, 8 de novembro de 2009

As Marias

Não existindo documentação oficial sobre a origem do nome desta comunidade recorremos à memória dos mais antigos do lugar, muitas vezes fontes únicas de informação. Os relatos indicam que ainda durante o período imperial de nossa história, três escravas fugidas de propriedades vizinhas se instalaram em uma pequena choupana permanecendo o tempo suficiente para serem a referência sobre o nome do lugar – As Marias.

Posteriormente diversas famílias vindas de estados vizinhos se instalaram em As Marias, tais como o Sr. Rosseno Miguel, José Barbosa, Luiz Marianno, Sebastião Rosa, Ana Ferreira e Juvino Miguel. Estes passaram a cultivar a terra e a criação. Atualmente, a principal fonte de renda continua a ser a agricultura aliada ao pequeno comércio, ao funcionalismo público e ao artesanato local.

A padroeira local é Nossa Senhora Aparecida, cuja capela foi iniciada em 1989 em terreno doado por Miguel Ferreira. Sua construção foi concluída em 1995 com os recursos da comunidade, que se orgulha de seu templo. Já o cemitério da comunidade foi fundado em janeiro de 2003 pelo Sr. Francisco Barbosa de Oliveira.

O sistema de educação formal foi iniciado na comunidade pelo Dr. Alfredo Pessoa de Lira (*1891 +1944) que mantinha uma sala de aula em sua residência. Posteriormente, uma escola foi construída pela municipalidade e tem como patrono o Dr. Alfredo Lira. Hoje, a escola possui 620 alunos e 68 funcionários, os quais trabalham em um regime de Ensino Fundamental I e II, e Ensino Médio e EJA.

Com uma população estimada em 1.400 habitantes, a saúde em As Marias é assistida pelo posto municipal inaugurado pela atual gestão oferecendo médicos, dentistas e enfermeiros.

Como todas as comunidades rurais da Macaíba, As Marias comemoram várias datas festivas como Festa da Padroeira, São João, Natal e a tradicional Festa do Caju, que movimentam sua gente.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Distrito de Mangabeira

Origem

O distrito de Mangabeira é o quarto mais antigo de Macaíba. Remontando ao ano de 1741, quando aparece como o primeiro proprietário e morador da localidade: Sr. Manoel Ferreira Labréo.

O significado primeiro de Mangabeira é a árvore da mangaba. O topônimo da localidade deve-se ao fato de existirem diversos pés de Mangaba as margens da estrada que liga este distrito a cidade da Macaíba. Mas também era o nome do antigo sítio que pertenceu durante vários anos ao Sr. Elviro Xavier de Sousa Torres (1881-1933), cujos descendentes ainda vivem neste distrito.

A capela e cemitério
O terreno da capela foi doado por Zulmira Vieira de Araújo. Tem como padroeira Santa Isabel da Hungria. Imagem esta doada em 1933 pelo comerciante Manuel Machado, esposo da famosa viúva Machado. A comunidade possui um cemitério desde 1963.

Estradas

Durante o tempo do Império, o Cel. Estevão Moura abriu uma pequena estrada ligando a capital a Macaíba que passava por Mangabeira. Essa estrada levou mais de um século para ser concluída. Finalmente inaugurada em 1916. Em 1945, na gestão de Alfredo Mesquita, a estrada foi pavimentada. Hoje essa estrada é a BR 226.

Educação

A primeira professora da localidade foi a Senhora Maria Leonor Xavier que ensinava na escola isolada “Padre Severino Ramalho”, cujo terreno foi doado por Uldarico Xavier de Souza. Após do decreto do Prefeito Luiz Cúrcio Marinho, essa escola passou a chamar-se “Dr. João Chaves”.

Em 1982, a senhora Josefa Alves de Medeiros Medeiros fundou a escola Santa Isabel.

Em 1984, o secretário de educação de Macaíba, Sr. João Batista Xavier de Souza, conseguiu a doação do terreno para construir a escola.

Relíquias

Em Mangabeira, estão instalados o “Eremitério do Santo Lenho”, que guarda cerca de 700 relíquias da Igreja católica, e a Congregação das Irmãs de Nossa Senhora da Glória, que mantém o Centro de Promoção Humana Charles de Foucauld.

Atualidade

Hoje, o distrito de Mangabeira conta com 2.500 moradores, posto de saúde e um grande número de ruas calçadas. Existe um conselho comunitário denominado Associação de Moradores e Amigos de Mangabeira, entidade presidida por Valmir Felix Camilo. As principais fontes de renda são a agricultura, a pesca e o comércio de pequeno e médio porte.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Capoeiras - a terra que o tempo esqueceu.

Cruzeiro erguido e bento pelo Pe. João Maria. 


O primeiro núcleo populacional de Capoeiras surgiu por volta de 1847. Eram de três a quatro famílias de escravos fugidos da perversidade de D. Maria Rosa de Moura, senhora do Engenho Ferreiro Torto.


Em 1875, o coronel Estevão José de Moura, viúvo de Maria Rosa, num gesto pioneiro alforriou todos os escravos do Engenho, assegurando aos que permanecessem um salário dentro de suas novas possibilidades e aos que já moravam no quilombo de Capoeiras, proporcionou-lhes a posse daquelas terras, que pertenciam aos domínios do Engenho.

Através da ação do Clube Abolicionista Macaíba, Augusto Severo e Prudente Alecrim trouxeram para Capoeiras escravos roubados e fugidos dos engenhos do litoral. Nessa perspectiva, Capoeiras passou a ser o centro aglutinador de toda a ação abolicionista do litoral, recebendo os escravos oriundos dos engenhos litorâneos e mesmo das cidades vizinhas.

Em 1889, com a proclamação da República, o governo republicano formaliza o registro civil. Os ex-escravos atendiam pelos seus respectivos nomes, seguidos do lugar de origem ou engenho a que pertenciam. Muitos deles passam a adotar os nomes de seus antigos senhores, foi o caso de Capoeiras, onde a população adotou o sobrenome Moura - do antigo senhor que lhes deu a liberdade e a terra.

Na comunidade existe um Cruzeiro que foi erguido pelo padre João Maria, vigário do Natal e abolicionista. Foi o padre da assistência religiosa e devocional do povoado. Primeiro ajudou ao clube abolicionista local. Depois vinha sempre uma vez por mês a Macaíba oficializar os sacramentos do batismo, casamento e unção dos moradores de Capoeiras. O cruzeiro marca o local dos eventos na falta da capela.

Por muito tempo, os moradores casavam-se entre si. Não aceitavam pessoas de outros lugares. Com o isolamento foi mantida uma espécie de organização social arcaica e uma economia baseada na agricultura.

Os agricultores compram as sementes através de um intermediário, para posteriormente vender sua produção a esse mesmo intermediário. Produzem mandioca, feijão e milho. Vendem seus produtores nas feiras de Macaíba, no sábado, e na de Bom Jesus, no domingo.

Com cerca de dois mil moradores (cerca de 230 famílias), Capoeiras tem uma escola municipal (Ensino Fundamental) e um posto de saúde. A energia veio chegar há 18 ou 20 anos atrás e a água por adutora há 14 anos.

Capoeiras ganhou infra-estrutura rodoviária, facilitando o contato com as comunidades vizinhas. Apesar de distante de Macaíba, a maior parte do trajeto é asfaltada. Dentro da comunidade, as casas são quase todas de alvenaria e as ruas principais pavimentadas. O cenário lembra uma cidade rural, com carros-de-boi circulando carregados com a colheita, gente na calçada e pouco trânsito.

Da religião herdada pelos africanos, pouco ou quase nada se vê em Capoeira dos Negros. Os fiéis do local estão divididos entre duas igrejas protestantes e uma católica, cuja padroeira é Nossa Senhora Aparecida. O grande baluarte da cultura africana é a dança do “pau furado”.

Em agosto de 2007, num reconhecimento histórico, a Ministra Matilde Ribeiro entregou o certificado de Comunidade Remanescente de Quilombo a Capoeiras.

Ainda em 2007, a Prefeitura de Macaíba, em parceria com o Ministério da Cultura através do programa Cultura Viva – Ponto de Cultura realizaram um trabalho de resgate histórico da comunidade com o filme Capoeiras dos Negros: “A terra que o tempo esqueceu”. O filme mostra os costumes, a população, as crenças, o artesanato, as danças e comidas típicas, com destaque para os próprios moradores que contarão sua história.