terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Dr. João de Albuquerque Maranhão - João das Estivas

Dr. João de Albuquerque Maranhão, republicano histórico. 


Nascido em 1828, no engenho Miriri, engenho tradicional que os holandeses haviam encontrado safrejando na Paraíba.  Era filho do capitão-mor João de Albuquerque Maranhão e de Gertrudes Cândida de A. Maranhão. O coronel Inácio Maranhão, do engenho Belém, em São José de Mipibu era seu irmão.

Foram seus filhos: João de Albuquerque Maranhão, nascido em 31 de julho de 1860, falecido solteiro; André, falecido no Recife em 1928, Antônia casada com Dr. José Joaquim de Sá e Benevides, Afonso nascido em 1866 e falecido aos 24 de janeiro de 1933, em Manaus, onde era Juiz de Direito; Maria Luíza, nascida 1868 e falecida solteira em Recife em 1945; João nascido em 20 de junho de 1873 e falecido em 1880; Luís nascido em 1875 e falecido no Recife, no dia 02 de fevereiro de 1939; João (o escritor), nascido em Arez no dia 20 de agosto de 1880.
Segundo o escritor Luís da Câmara Cascudo, João das Estivas foi:

Grande proprietário, dono de escravos, possuindo mais terras do que certos reinos da confederação alemã, era bom, compassivo e generoso, tão cheio de boemia e simplicidade que parecia crédulo e pueril. Os escravos faziam quanto desejavam fazer. Furtavam como e onde queriam. Surpreendidos, davam explicações curiosas que o dr. João das Estivas repetia, sorrindo, como se as acreditasse.

Bacharel pela Faculdade de Direito de Olinda, turma de 1853, fixara-se em Estivas, no casarão enorme, com vasto janelório aberto, rodeado de alpendres, espécie de solar e casa grande, erguida em 1810. Era filiado ao Partido Conservador, cuja liderança se estendia pelos municípios de Arez, Canguaretama, Goianinha e até a província da Paraíba. Foi deputado provincial de 1874-75 e de 1876-77, sem grandes entusiasmos pela política absorvedora da época.

Seu pai, o capitão-mor João de Albuquerque Maranhão de Miriri, foi um dos mais ativos republicanos de 1817. Casou com a prima Antônia Josefa, irmã de Andrezinho de Cunhaú. O Dr. João era o primogênito. Morando em Estivas herdou o lindo costume feudal, o nome da família junto ao da recordação de posse da terra. Ficou sendo para todos de seu tempo Dr. João das Estivas.

Segundo os jornais da época, no ano de 1888, João das Estivas alforriou, sem condições, todos os seus escravos. Fez uma festa e serviu aos alforriados. Quando Pedro Velho decidiu fundar o Partido Republicano no Rio Grande do Norte, convidou o Dr. João das Estivas para presidir a cerimônia, sendo eleito presidente daquela agremiação no dia 27 de janeiro de 1889. Era tido como o mais antigo republicano do estado.

Numa quinta-feira, 26 de dezembro de 1889, o Governador Dr. Adolfo da Silva Gordo e comitiva, desembarcaram na estação do engenho Baldum e seguiram em grande cortejo até a cidade de Arez, onde foram saudados pela oratória do Dr. João de Albuquerque Maranhão, que deu vivas à República e ao governador!

Em 16 de janeiro de 1890, o governador Dr. Adolfo Gordo nomeou, em cada município, uma Intendência, dentro dos novos padrões de administração republicano. Na cidade de Arez, o Dr. João de Albuquerque Maranhão foi designado presidente da Intendência, sendo auxiliado pelos intendentes Primo Feliciano Mártir e Manoel Augusto de Carvalho.

Desgostoso com os rumos políticos impetrados por Pedro Velho, o Dr. João das Estivas filiou-se, solidário, junto a outros importantes republicanos históricos ao Centro Republicano 15 de novembro, fundado em Natal no dia 16 de março de 1890.


O Dr. João das Estivas faleceu de problemas cardíacos no dia 04 de novembro de 1890, ao chegar de uma viagem que fizera a Natal, na casa grande do seu engenho Estivas. Morreu no exercício do cargo de Presidente da Intendência de Arez, sendo substituído por Manoel Augusto de Carvalho. 


Coronel André Júlio, filho de Dr. João das Estivas, último Albuquerque Maranhão no comando de Estivas.





Dr. João de Albuquerque Maranhão Júnior

Escritor João de Albuquerque Maranhão Júnior escreveu A Casa de Cunhaú, em 1956.

Nascido no engenho Estivas, na cidade de Arez, aos 20 de agosto de 1880, estudou humanidades no Recife, cursando o Instituto Pestalozzi do educador brasileiro Dr. Raimundo Honório da Silva, formando em Direito pela Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, com a turma de 1921. 

Oficial administrativo do Ministério da Fazenda. Jornalista. Delegado dos Tribunais de Contas nos estados de Sergipe e Pará e delegado fiscal do Tesouro Nacional no Amazonas. Foi para o Amazonas no ano de 1903, quando ainda estudante e por lá viveu 28 anos.

Casou em Pernambuco no ano de 1911 com Laura Tavares da Cunha Melo, que faleceu em 1915, com quem teve o escritor Petrarca Maranhão, Lauro Tavares da Cunha Melo; casou em segundas núpcias com Maria Oneide Maranhão da Costa em 1930, com quem teve Fernando Augusto de A. Maranhão.

Em 1956, escreveu o livro História da Casa de Cunhaú, prefaciado por Gilberto Freyre. Trata-se de um excelente livro que destaca os antigos ramos da família Albuquerque Maranhão em seus diversos seguimentos.

Faleceu na cidade do Rio de Janeiro, em sua residência, no bairro de Ipanema, no dia 24 de maio de 1958. 

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

O livro de Crinaura: a menina da Vila Soledade

Capa do livro de Maria Crinaura, retratando a Vila Soledade.

A menina Maria Crinaura. Acervo Instituto Tavares de Lyra



Maria Crinaura Dantas Cavalcanti é macaibense nascida na Vila Soledade, casarão tombado como patrimônio histórico, hoje conhecido por Solar da Madalena, mas que no tempo do seu avô materno, o coronel Manoel Maurício Freire era assim denominado. Viúva de Jessé Dantas Cavalcanti, Maria Crinaura tem quatro filhos, sete netos e um bisneto. É assistente social aposentada, tendo desenvolvido seu trabalho em diversas repartições públicas.

No ano de 2013, Maria Crinaura publicou o livro Vila Soledade, editado pela Jovens escribas, onde volta de mansinho, revestida da menina que foi no antigo casarão e nos apresenta parte do seu universo vivido naquela paisagem ainda bucólica da Macaíba de outrora. O resultado é uma narrativa leve, despretensiosa e, ao mesmo tempo, um documento histórico sem par, autêntico, substancioso, sobre a vida privada, o cotidiano, a micro-história, enfim, de um importante núcleo familiar macaibense do século passado.

Maria Crinaura escreve suas lembranças, mas informada pelo olhar novo da menina da Vila. Com ela podemos penetrar os segredos do casarão no período ainda por estudar do domínio da família Freire, em Macaíba. Trata-se de um documento chave para a história cultural da cidade. Através do olhar da menina da Vila podemos ainda reviver os padrões de convivência humana. O próprio ângulo de visão é de baixo para cima, como as crianças veem e vivenciam o mundo dos adultos.


Trata-se aqui de uma fonte particularmente importante para a história social da infância e da família, na linha aberta por Philippe Ariàes. É esta voz abissal e ressoante de ecos envolventes, que, para nossa inquietação e nossa maravilha, nos lega o livro Vila Soledade, de Maria Crinaura.

domingo, 1 de novembro de 2015

A jovem sem nome...

Túmulo de Lourdinha Barreto. Foto: Anderson Tavares de Lyra.


Maria de Lourdes Barreto de Oliveira
*11-02-1926
+12-04-1943


Este artigo não descreverá um dos muitos personagens ilustres da cidade da Macaíba. Essa pessoa teve uma vida comum e rápida. Porém, ela incorporou-se ao imaginário macaibense exatamente após a morte. Desde criança que ouço estórias sobre uma jovem bonita, falecida muito cedo e cuja alma “aparecia” sentada na escadaria de acesso ao busto do velho Mesquita, na Praça da Saudade, em frente ao Cemitério de São Miguel da Macaíba.

O espírito da jovem, dizem, já colocou medo em muitos transeuntes da Rua do cemitério – oficialmente Rua Governador Dinarte Mariz. A estória mais divulgada diz respeito a um padeiro que jurava ter visto a jovem. Ao vê-la, foi ao seu encontro e ela se dirigiu para o cemitério, transpassando o portão. O homem apavorado correu deixando para trás sua bicicleta e um balaio com os pães.

Outra feita da jovem alma, pediu a um rapaz que voltava de uma festa, que a acompanhasse até sua casa, ao que o jovem atendeu e seguiram em animada conversa até o portão do cemitério, quando ela agradeceu e entrou. O rapaz sofreu um desmaio de tanto pavor que lhe infringiu aquela visão fantasmagórica.

Intrigado com a suposta assombração, fui ao cemitério em busca de mais elementos sobre a jovem. Depois de indagar ao coveiro o lugar do túmulo, ele me apontou um jazigo azul que fica a direita de quem entra no campo santo. Confirmei com antigas zeladoras do cemitério e todas foram unanimes em apontar o jazigo da “jovem sem nome”, retratada com a mão apoiando o seu queixo. Não há indicação de nome, nem as datas de nascimento e de morte, nem mesmo outras fotografias de parentes inumados ali.

Chegando em casa e comentando o meu insucesso em obter os dados sobre a aquela bela moça, conversei com a minha avó Nira Dalva Tavares, que de pronto lembrou-se e me legou alguns dados. Falou que a jovem era Maria de Lourdes Barreto, comumente conhecida por Lourdinha Barreto, era filha de Mariinha e Sérgio Barreto, e tinha ainda os irmãos Agenor, Luís e Paulo. A família morava na rua do Vintém ou rua Frei Miguelinho, numa casa hoje pertencente aos herdeiros de Oscar Pinheiro.

Minha avó contou-me ainda que a jovem Lourdinha faleceu de febre tifo*, mas não conseguiu lembrar o ano, porém garante que foi depois de 1940. Disse que foi um enterro muito concorrido em Macaíba e que toda a cidade ficou abalada com desaparecimento da jovem. Com as poucas informações que tinha procurei nos livros de assentamentos da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Macaíba o seu termo de óbito. Sem sucesso.

Três anos se passaram desde que reuni os dados que minha avó repassou e não consegui avançar na pesquisa. Recentemente, pesquisando no desaparecido jornal A Ordem sobre o macaibense Antônio Leiros Coelho, encontrei a notícia completa do falecimento da jovem Lourdinha Barreto. Segundo o jornal, Lourdinha faleceu a 12 de abril de 1943, com 17 anos, nascida em 11 de fevereiro de 1926. Era filha do casal Sérgio e Maria Barreto de Oliveira. “O sepultamento verificou-se na tarde do mesmo dia com numeroso acompanhamento de pessoas amigas. Um grupo de jovens conduzia grinaldas de flores naturais”. Discursou a beira da sepultura o sargento Antônio Leiros Coelho. A família de Lourdinha, profundamente marcada por sua morte, retirou-se de Macaíba e se estabeleceu na cidade de Lagoa de Velhos, no interior do Rio Grande do Norte.

A partir de agora a personagem esquecida e sobre quem muitas lendas foram construídas durante todos esses anos de anonimato, fica apresentada aos macaibenses. Ela teve resgatado seu nome: Maria de Lourdes Barreto de Oliveira. Data de nascimento: 11 de fevereiro de 1926. Data de falecimento: 12 de abril de 1943 Requiescat in pace.

*(Febre tifoide é uma doença infectocontagiosa, causada pela bactéria Salmonella enterica typhi).

domingo, 4 de outubro de 2015

Genealogia do ex-governador Aluízio Alves

Aluízio Alves

Aluízio Alves, que foi Ministro, Deputado Federal e Governador do Rio Grande do Norte, nasceu aos 11 de agosto de 1921 e faleceu aos 06 de maio de 2006, com 85 anos de idade. Contraiu matrimônio aos 30 de setembro de 1944, na Igreja de Santa Terezinha, no Bairro do Tirol com Ivone Lira, que nasceu aos 26 de novembro de 1925 e faleceu aos 30 de agosto de 2003, com 77 anos de idade, foi batizada aos 11 de abril de 1926, na Igreja do Bom Jesus das Dores pelo padre Theodoro Thomé, sendo padrinhos Henrique de Oliveira e Eleonor Lira. Ivone Lira era filha de Luiz Lira e de Lídia de Oliveira, estes casados aos 24 de novembro de 1923 em Natal, neta paterna de João Lira e de Elcides Lira, e neta materna de Henrique de Oliveira e de Emília Rosa de Oliveira.
    
          Registro do casamento religioso de Aluízio Alves e Ivone Lira:

Aos trinta dias do mês de Setembro de 1944, às 15:30 horas nesta paróquia de Nossa Senhora da Apresentação de Natal na Igreja do Tirol, Av. Rodrigues Alves aí presentes o ministro celebrante Pe. Nivaldo Monte, de licença do Parocho e as testemunhas no fim deste assinadas, celebra-se o casamento de Aluísio Alves e Ivone Lira ele com 23 anos de idade, de profissão funcionário público, domiciliado em Natal e residente em Parochia de N. S. da Apresentação com Ivone Lira com 19 anos de idade, de profissão doméstica domiciliada em Natal e residente em Natal. O nubente é solteiro, nascido a 11 de agosto de 1921 na Paroquia de Angicos, e batizado em Santana do Matos filho de Manoel Alves Filho natural de Santana do Matos, de profissão Comerciante, e de sua esposa Maria Fernandes Alves natural de Santana do Matos domiciliada e residentes em Angicos. A nubente é solteira, nascida, a 26 de novembro de 1925 nesta paróquia de N. S. da Apresentação, e foi batizada na Catedral a 11 de abril de 1926, residente a Rua Otavio Lamartine 524 filha de Luiz Lira, já falecido, e de sua esposa Lidia de Oliveira Lira, viúva, natural de Natal, onde reside. Foram testemunhas Dr. Aldo Fernandes Raposo de Melo, representado pelo Dr. Duodesiano Rosado, Dona Silvina Fernandes, digo, Sétima Fernandes, Paulo Varela e Adail Varela todos residentes nesta Freguesia. O casamento foi celebrado em lugar accessivel a qualquer pessôa, de portas abertas, perante testemunhas capazes, segundo a lei civil, com expressa aquiescência dos contraentes e sem oposição de impedimentos, quer canonicos, quer civis. O teor da certidão de habilitação expedida pelo Oficial do Registro Civil, foi o seguinte, e na mesma data os contraentes realizaram o casamento civil. O regime de casamento foi o de comunhão de bens. E para constar foi lavrado este termo em duas vias de igual teor, sendo uma em livro próprio, e outra em avulso que foi entregue e vai assinada pelo ministro celebrante, pelos cônjuges e pelas testemunhas acima citadas, depois de ter sido lido aos presentes.
          Natal, Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação, 30 de setembro de 1944. Monsenhor José Alves Ferreira Landim, Pároco.

          2- Pais de Aluízio Alves:

          Manoel Alves Filho (Nezinho Alves), natural de Santana do Matos/RN, nascido em 10 de agosto de 1894, batizado na Matriz de Santana do Matos/RN aos 09 de setembro de 1894 e falecido em Natal/RN aos 25 de junho de 1986, com 92 anos, e Maria Fernandes Alves (Liquinha), natural de Santana do Matos – RN, nascida em 10 de abril de 1892 e batizada em 12 de junho de 1892 na Matriz de Santana do Matos e falecida em 29 de janeiro de 1976, aos 83 anos de idade, casados em 1916 na cidade de Santana do Matos-RN. 

             Manoel Alves Filho e Maria Fernandes Alves eram primos legítimos, já que a o pai dele era irmão da mãe dela, originários de Santana do Matos, mas por alguma razão resolveram se mudar para Angicos, onde nasceram os filhos, incluindo Aluízio Alves.


Termo de Casamento Religioso de Manoel Alves Filho de Maria Fernandes Bacilon:

Aos vinte e junho de mil novecentos e dezeseis na Matris, perante as testemunhas José Fernandes e Silva e Joaquim Alves Martins, servatis servandis, assisti ao recebimento matrimonial de Manoel Alves Filho e Maria Fernandes Bacilon, solteiros, meus parochiannos, livres de impedimento: do que para constar fiz este termo que assigno, digo, previamente dispensados do impedimento do 2º gr. eq. l. s. de cons. em que se achavam ligados: do que para constar fiz este termo que assigno. O Vigario João Soares Bilro. (Livro de Matrimônios do período de 1914 a 1924 da Paróquia de Santana do Matos/RN, p. 15 v).


Termo de Casamento Civil de Manoel Alves Filho de Maria Fernandes Bacilon:


Aos vinte dias do mez de junho de mil novecentos e dezeceis, Vigesimo oitavo da Republica, nesta Villa de Santana do Mattos em casa de morada e residencia do cidadão Manoel Felippe Netto, as seis horas da tarde, onde se achava o Juiz Districtal em exercicio, cidadão Manoel Pacifico de Andrade, commigo official effectivo do Registro Civil, presentes as testemunhas José Fernandes e Silva e Joaquim Alves Martins, receberam-se em matrimonio civil Manoel Alves Filho, solteiro, commerciante, de vinte e dois annos de idade, filho legitimo de Manoel Alves Martins e Maria Ignacia Martins, e Dona Maria Fernandes Bacilon, solteira, com vinte e quatro annos de idade, modista, filha legitima de Absalão Fernandes da Silva Bacilon e Josefina Alves Martins, já fallecidos, todos naturais e residentes neste Municipio, os quais declararam neste acto que entre eles não existe impedimento algum que os inhiba de casaram um com o outro. Do que para constar mandou o Juiz lavrar este acto, que depois de ser lido e acharem conforme, vai por todos assignados. Eu, Alexandre Severiano Correia Barbosa, Official do Registro, o escrevi. Manoel Pacífico de Andrade. Manoel Alves Filho. Maria Fernandes Bacilon. José Fernandes e Silva, com trinta e dois annos de idade, casado, residente nesta Villa de Sant´Anna do Mattos. Joaquim Alves Martins, 56 annos de idade, cazado rezidente no município do Assu. (Livro de Matrimônios (1913-1916) do Cartório de Santana do Matos/RN, p. 79 e 79 v).

         3- Avós paternos de Aluízio Alves:

         Manoel Alves Martins, nascido por volta de 1868, e Maria Inácia da Conceição, nascida em 1867, casados religiosamente em Santana do Matos/RN por volta de 1893.


Ao primeiro dia do mez de Novembro do anno de mil nove centos e trez, decimo quinto da República, nesta Villa de Santa Anna do Mattos, em casa de residencia do cidadão Militão Alves Martins, ás dose horas do dia, onde se achava o Juiz Districtal em exercicio, cidadão João Baptista Guimarães Filho, commigo official effectivo do registro civil, abaixo assignado, presente as testemunhas João Ferreira da Silva e José Martins Fernandes, receberam-se em matrimonio civil, Manoel Alves Martins, viuvo, de trinta e cinco annos de idade, filho legitimo de José Alves Martins e Francisca Martins d´Oliveira, já fallecidos, e Dona Maria Ignacia Martins, solteira, com trinta e seis annos de idade, filha legitima de Manoel Francisco Cordeiro e sua mulher Maria Joaquina da Conceição, já fallecida, todos residentes neste Districto, os quais declararam neste acto que entre eles não existiam impedimento algum que os inhyba de casarem um com o outro; declarando ainda os mesmos contrahentes que já erao casadso religiosamente de cujo casamento já tinhão os seguintes filhos: Manoel, de nove annos de idade, Maria, de quatro annos de idade, José, de um anno de idade; Do que para constar mandou o Juis lavrar este termo que depois de ser lido e achado conforme assignarão com o Juis e as testemunhas, assignando a rogo da contrahente por não saber ler e nem escrever Militão Alves Martins. Eu, Alexandre Severino Correia Barbosa, official effectivo do Registro, o escrevi. João Baptista da Silva Guimarães Filho. Manoel Alves Martins. Militão Alves Martins. João Ferreira da Silva. José Martins Fernandes. (Livro de Matrimônios (1889-1906) do Cartório de Santana do Matos/RN, p 150 v e 151).

         4- Avós maternos de Aluízio Alves:

          Absalão Fernandes da Silva, natural de Santana do Matos/RN, nascido em 16 de outubro de 1838 e foi batizado na Matriz de Santana do Matos – RN aos 28 de dezembro de 1838, e Josefina Emília Alves Martins, natural do Assu/RN, nascida em 02 de junho de 1863, batizada aos 23 de agosto de 1863 na capela do Rosário da freguesia do Assu/RN, estes casados às 03 horas do dia 10 de janeiro de 1879 em Oratório Privado da Vila de Santana do Matos/RN.

Termo de casamento de Absalão Fernandes da Silva Bacilon e Josefina Emília Alves Martins:


As tres horas da manhã do dia dez de Janeiro, de mil oito centos e settenta e nove, nesta Villa de Sant' Anna do Mattos, em Oratório privado, servatis servandis juxta Tridentinum, uni em Matrimonio, e dei logo as bençãos nupciais aos contrahentes, meus Parochiannos, Absalão Fernandes da Silva Bacilon, e Josefina Emília Alves Martins; elle filho legitimo de Antonio Fernandes da Silva, e Sabina Maria da Silva; e ella filha legitima de José Alves Martins, e Francisca Maria Martins; todos quatro já fallecidos: presentes por testimunhas João Alves Martins, João Martins Ferreira, e Manoel Thomas Pinheiro, todos tres casados, e moradores nesta Freguesia; do que fiz este assento, e assigno. O Padre Antonio Germano Barbalho Besêrra, encarregado da Regencia da Freguesia. (Livro de Matrimônios do período de 1856 a 1882, da Paróquia de Santana do Matos/RN, p. 122).

         5- Bisavós paternos de Aluízio Alves:

         5.1- José Alves Martins, nascido em 02 de julho de 1831, batizado em 16 de agosto de 1831 na Freguesia de Santana do Matos/RN, e falecido aos 18 de setembro de 1871, com 50 anos de idade vítima de assassinato, e Francisca Martins de Oliveira, casados as 03 horas do dia 27 de novembro de 1852 no sítio Curralinho da Freguesia do Assu/RN (Pais de Manoel Alves Martins e avós paternos de Manoel Alves Filho, o Nezinho Alves).

Registro de Batismo de José Alves Martins

JOSÉ, branco, filho natural de José Martins Ferreira, e Delfina Maria dos Prazeres, moradores nesta Freguezia, nasceo a dous de Julho de mil, oito centos, e trinta e hum, e foi baptizado Solemnimente em Macáo, aos dezaceis de Agosto do dito anno pelo Reverendo Jozé Beraldo de Carvalho, com os Santos Oleos de minha licença. Forao Padrinhos Pedro Alvares Ferreira, e Francisca Martins Ferreira. Declaro que o Pai do dito Parvulo disse em minha prezença que reconhecia a dita criança por seo filho, e me pediu fizesse essa declaração para a todo tempo constar: de que para constar mandei fazer este assento e por verdade assigney. O Vigrº João Teohonio de Sousa e Silva.


Termo de casamento de José Alves Martins e Francisca Xavier de Oliveira:

Aos vinte e sette de Novembro de mil oitocentos, e cinquenta, e dous, por trez horas da tarde, de minha licença, o Padre Elias Barbalho Bezerra unio em Matrimónio, e logo abençoou, no Sitio Curralinho, aos contranhentes, meos fregueses José Alves Martins, e Francisca Xavier de Oliveira, servatis servandis: forão testemunhas João Martins Ferreira, e Antonio Fragoso de Medeiros; do que fiz este termo, em que me - assigno. Manoel Januário Bezerra Cavti, Vigário Colado do Assú. (Livro de Matrimônios do período de 1823 a 1856 da Paróquia do Assu/RN, p. 184).

         5.2- Manoel Francisco Cordeiro Filho e a 1ª esposa Maria Joaquina da Silva, casados às 11 horas do dia 09 de julho de 1862 no sítio Malhada Vermelha, município de Santana do Matos/RN (Pais de Maria Inácia da Conceição e avós maternos de Manoel Alves Filho, o Nezinho Alves).

Termo de casamento de Manoel Francisco Cordeiro Filho e Maria Joaquina da Conceição:

Aos nove de julho de mil oitocentos e sessenta e dois, pelas onze horas do dia, no Sítio Malhada Vermelha, desta Freguesia, uni em matrimônio e dei as bençãos nupciais, tendo precedido exame de doutrina cristã, e confissão, aos contraentes, meus paroquianos, Manoel Francisco Cordeiro e Maria Joaquina da Conceição, ele, filho legítimo de Manoel Francisco Cordeiro e Antonia Maria da Conceição, e ela, filha legítima de Alexandre Marreiros Dourado e Damásia Maria da Conceição, foram testemunha Julião Vitorino da Silva, solteiro, e João Francisco de Paula, casado. Coadjutor Pró Pároco Belísio Lins de Albuquerque. (Livro de Matrimônios do período de 1856 a 1882, da Paróquia de Santana do Matos/RN, p. 48 v).


  OBS: O nome correto da mãe do noivo é Inácia Maria da Conceição.

         6- Bisavós maternos de Aluízio Alves:

          6.1- Antônio Fernandes da Silva e Sabina Maria da Silva, nascida por volta de 1811 e falecida aos 21 de julho de 1873, com 62 anos de idade, casados às 08 horas do dia 28 de novembro de 1829 na Matriz de Santana do Matos/RN (Pais de Absalão Fernandes da Silva Bacilon e avós paternos de Maria Fernandes Alves, a Liquinha).

Termo de casamento de Antônio Fernandes da Silva e Sabina Maria da Silva:


Aos vinte e oito dias do mez de Novembro de mil oito centos e vinte e nove pelas oito horas da manhã, nesta Matriz de Santa Anna do Mattos, depois de obtida a Dispensas do terceiro grao de sangüinidade, e tendo precedido as Canonicas denunciações sem impedimento, confissão, e exame de doutrina christan, ajuntei em matrimonio e dei as bençãos nupciais aos meus Paroquianos Antonio Fernandes da Silva, e Sabina Maria da Silva, naturaes, e moradores nesta Freguesia, elle filho legitimo de Manoel Álvares da Fonseca, e Anna Maria Barbosa , ela filha legitima de Francisco da Silva de Carvalho, e Maria Joanna, já falecida, sendo Testemunhas Manoel de Barros, e Francisco Antonio, casados, desta Freguesia, do que para constar fiz este assento, q' com as ditas testemunhas assino. O Vigário João Theotonio de Sousa e Silva". (Livro de Matrimônios do período de 1823 a 1833, da Paróquia de Santana do Matos/RN, p. 28).

        6.2- José Alves Martins e Francisca Martins de Oliveira (Pais de Josefina Emília Alves Martins e avós maternos de Maria Fernandes Alves, a Liquinha).


        7- Trisavós paternos de Aluízio Alves:

        7.1- José Martins Ferreira, falecido em 01 de dezembro de 1883, e a companheira Delfina Maria dos Prazeres. (Pais de José Alves Martins e avós paternos de Manoel Alves Martins).

        7.2- Silvério Martins de Oliveira, que era natural de Apodi– RN, nascido provavelmente em 1774 e falecido em 09 de março de 1850, com 76 anos de idade na cidade de Natal – RN, e Joana Nepomucena de Carvalho, falecida aos 22 de agosto de 1849 em Natal/RN (Pais de Francisca Martins de Oliveira e avós maternos de Manoel Alves Martins).

       7.3- Manoel Francisco Cordeiro, natural da Ilha de São Miguel, Portugal, nascido por volta de 1782 e falecido aos 15 de julho de 1842, com 60 anos, em Santana do Matos-RN, e Inácia Maria da Conceição, casados aos 02 de março de 1840, no Sítio Malhada Vermelha, Município de Santana do Matos/RN (Pais de Manoel Francisco Cordeiro Filho e avós paternos de Maria Inácia da Conceição).

Termo de casamento de Manoel Francisco Cordeiro e Ignácia Maria da Conceição:

Aos dous dias do mes de Março de mil oito centos e quarenta, no Sítio Malhada Vermelha, desta Freguesia de Sant´Anna do Matos do Assú, pelas noves horas do dia, tendo precédido as Canonicas denunciações sem impedimento, e obtida a fiança dos proclamas do Nubente, depois de confessados e examinados em doutrina christan, ajuntei em Matrimônio e dei as bençãos nupciais, aos meus Parochiannos Manoel Francisco Cordeiro com Ignácia Maria da Conceição: aquelle, filho legítimo de Antonio João Cordeiro, e de sua mulher Maria Pachêco de Miranda, e esta filha legítima de Manoel Antonio Dourado, já falecido, e sua mulher Therêsa Maria de Jesus: o Nubente natural da Ilha de São Miguel, e ella, desta, e nella moradores: foram testemunhas Francisco Antonio Dourado, casado, e Alvaro Marreiros d´ Oliveira, moradores nesta Freguesia. Do que para constar mandei fazer este assento, e por verdade assignei. Vigário João Theotônio de Sousa e Silva. (Livro de Matrimônios do período de 1833 a 1857, da Paróquia de Santana do Matos/RN, p. 41v).


         7.4- Alexandre Marreiros Dourado, nascido por volta de 1772 e falecido aos 05 de dezembro de 1866, com 84 anos de idade em Santana do Matos/RN, e Damiana Maria da Silva (Pais de Maria Joaquina da Silva e avós maternos de Maria Inácia da Conceição).

       8- Trisavós maternos de Aluízio Alves:

       8.1- Manoel Alves da Fonseca e Ana Maria Barbosa, nascida por volta de 1782 e falecida aos 29 de agosto de 1838, com 56 anos de idade (Pais de Antônio Fernandes da Silva e avós paternos de Absalão Fernandes da Silva Bacilon).

       8.2- Francisco da Silva de Carvalho, natural de Santana do Matos/RN, nascido em 1786 e falecido em 23 de fevereiro de 1875, com 88 anos de idade, e a 1ª esposa Maria Joana (Pais de Sabina Maria da Silva e avós maternos de Absalão Fernandes da Silva Bacilon). 

       Francisco da Silva de Carvalho era irmão de Antônio da Silva de Carvalho (Pai de Felipe Neri de Carvalho e Silva, Barão de Serra Branca).

       8.3- José Martins Ferreira e Delfina Maria dos Prazeres (Pais de José Alves Martins e avós paternos de Josefina Emília Alves Martins).

       8.4- Silvério Martins de Oliveira e Joana Nepomucena de Carvalho (Pais de Francisca Martins de Oliveira e avós maternos de Josefina Emília Alves Martins).

       9- Tetravós paternos de Aluízio Alves:

      9.1- João Martins Ferreira, que segundo a tradição era natural de Portugal, e Josefa Clara Lessa, natural do Estado de Pernambuco, nascida em 1785 e falecida em 12 de março de 1851, com 66 anos de idade (Pais de José Martins Ferreira).

      9.2- Manoel Inácio de Carvalho, natural da Ilha de São Miguel, Portugal, e Ana Josefa Joaquina de Albuquerque, natural da Freguesia da Sé, Olinda/PE (Pais de Joana Nepomucena de Carvalho).

      9.3- Antônio João Cordeiro e de Maria Pacheco de Miranda, naturais de Portugal (Pais de Manoel Francisco Cordeiro).

      9.4- Manoel Antônio Dourado e Tereza Maria de Jesus, nascida em 1765 e falecida aos 12 de novembro de 1843, com 78 anos de idade (Pais de Inácia Maria da Conceição).
    
     10- Tetravós maternos de Aluízio Alves:

     10.1- Antônio da Silva de Santiago e Joana Perpétua de Melo (Pais de Francisco da Silva de Carvalho).

     10.2- Manoel Inácio de Carvalho e Ana Josefa Joaquina de Albuquerque (Pais de Joana Nepomucena de Carvalho).

      10.3 - João Martins Ferreira e Josefa Clara Lessa (Pais de José Martins Ferreira). 

     11- Pentavós paternos de Aluízio Alves:

     11.1- José Alves Lessa, nascido aos 30 de agosto de 1754, batizado aos 02 de setembro de 1754 no Bispado do Porto, Portugal, e Francisca Xavier, natural do Estado de Pernambuco (Pais de Josefa Clara Lessa).

     11.2- Joaquim dos Santos, natural da Ilha de Santa Maria, Portugal, e Maria dos Anjos, natural da Ilha de São Miguel, Portugal (Pais de Manoel Inácio de Carvalho).

     11.3- Alferes Manoel Nicácio Lins e Antônia de Albuquerque, naturais de Olinda/PE (Pais de Ana Joaquina Josefa de Albuquerque).

     12- Pentavós maternos de Aluízio Alves:

     12.1- José Alves Lessa, natural de Portugal, e Francisca Xavier, natural do Estado de Pernambuco (Pais de Josefa Clara Lessa).

     12.2- Joaquim dos Santos e Maria dos Anjos, naturais de Portugal (Pais de Manoel Inácio de Carvalho).

      12.3-  Manoel Nicácio Lins e Antônia de Albuquerque (Pais de Ana Joaquina Josefa de Albuquerque).


Adendos a genealogia de Aluízio Alves


         Manoel Alves Martins (avô paterno de Aluízio Alves) e sua 1ª esposa Joaquina Teixeira de Barros: 1889. Ele, filho de José Alves Martins e de Francisca Martins de Oliveira, falecidos. Ela, filha de Guilherme Teixeira de Barros e de Ana Teixeira de Barros.
         O casal Manoel Alves Martins e Joaquina Teixeira de Barros foram os pais de um único filho, de nome Manoel Alves Martins Filho, que nasceu aos 02 de dezembro de 1891, este que por sua vez veio a ser o avô paterno do ex- Vereador natalense Enildo Alves.

         Manoel Alves Martins e a 2ª esposa Maria Inácia da Conceição: avós paternos de Aluízio Alves.

         Casados no civil aos 01 de novembro de 1903, em Santana do Matos, e casados no religioso por volta de 1893. Ele, com 35 anos de idade, já viúvo de Joaquina Teixeira de Barros, e filho de José Alves Martins e de Francisca Martins de Oliveira, falecidos. Ela, com 36 anos de idade, filha de Manoel Francisco Cordeiro e da 1ª esposa Maria Joaquina da Conceição, falecida.

          Por ocasião do casamento civil aos 01 de novembro de 1903, o casal Manoel Alves Martins e Maria Inácia da Conceição já tinham os seguintes filhos:

        a) Manoel, nascido em 1894, com 9 anos, o Nezinho Alves, pai de Aluízio Alves;

          b) Maria, com 4 anos de idade;

          c) José, com 1 ano de idade.

           Ocupemo-nos agora com o casamento civil de mais dois irmãos de Manoel Alves Martins (avô paterno de Aluízio Alves), que foram Militão Alves Martins, que casou 03 vezes, e Delfino Alves Martins:

          Observem que as duas primeiras esposas de Militão Alves Martins e a esposa de Delfino Alves Martins eram irmãs de Maria Inácia da Conceição, avó paterna de Aluízio Alves, podendo denominar dessa forma os 3 casais de “ 3 cunhados “.

          Militão Alves Martins e a 1ª esposa Maria Joaquina da Conceição: casados civilmente aos 01 de outubro de 1895, no Sítio São Miguel. Ele, do Assu, 34 anos de idade, filho de José Alves Martins e de Francisca Martins de Oliveira, falecidos. Ela, de Jucurutu, com 31 anos de idade, filha de Manoel Francisco Cordeiro e da 1ª esposa Maria Joaquina da Conceição, falecida.

       Militão Alves Martins e a 2ª esposa Maria Petronila de Araújo: casados no civilmente aos 31 de outubro de 1903. Ele, do Assu, com 42 anos de idade, viúvo de Maria Joaquina da Conceição, e filho de José Alves Martins e de Francisca Martins de Oliveira, falecidos. Ela, de Jucurutu, com 25 anos de idade, filha de Manoel Francisco Cordeiro e da 2ª esposa Maria Juvina de Araújo.

        O casal Militão Alves Martins e Maria Petronila de Araújo, por ocasião do casamento civil em outubro de 1903, já tinham os seguintes filhos:

           a) João, de 6 anos;

b) Abdon, de 4 anos;

c) Maria, de 3 anos;

d) Odilon, de 2 anos;

e) Ana, com 7 meses de idade.

  
       Militão Alves Martins e a 3ª esposa Maria Cecília Martins:

       Casados no civil no ano de 1905, em Santana do Matos. Ele, 44 anos, viúvo, filho de José Alves Martins e de Francisca Martins de Oliveira, falecidos. Ela, filha de José Florentino de Souza e de Cecília Celeste Soares.

       O casal Militão Alves Martins e Maria Cecília foram pais de Raimunda, nascida em 31 de agosto de 1906.

       Delfino Alves Martins e Paulina Maria da Conceição:


       Casados no civil aos 23 de abril de 1891, em Santana do Matos. Ele, do Assu, 26 anos, filho de José Alves Martins e de Francisca Martins de Oliveira, falecidos. Ela, de Santana do Matos, filha de Manoel Francisco Cordeiro e da 1ª esposa Maria Joaquina da Conceição, falecida.

Fontes:

Parte das informações extraídas do blog João Felipe da Trindade.
Livros paroquiais de Santana do Matos.
Livro de casamentos civil de Santana do Matos.


quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Praça Cívica? Praça Pedro Velho!

Aspecto da Praça Pedro Velho quando de sua criação em 1901. Foto: Manoel Dantas.


O bairro de Cidade Nova (Petrópolis e Tirol) e a praça Pedro Velho foram criados por meio da resolução n. 55, de 30 de dezembro de 1901, editada pelo presidente da Intendência municipal do Natal, coronel Joaquim Manoel Teixeira de Moura.

Durante os anos de 1910 e 1920, a praça Pedro Velho foi bastante utilizada para realização de partidas de futebol. Segundo Câmara Cascudo, nesse período, a praça era apenas um tabuleiro de relva, amplo, entre a Vila Cincinato - antiga residência do governador e atual Escola Estadual Felipe Guerra - e a vila Pretória - residência do escritor seridoense Manoel Dantas.

A praça foi finalmente edificada na década de 1930, durante a gestão municipal do engenheiro Gentil Ferreira de Souza, que antes de iniciar as obras, baixou o Ato n. 35, de 05 de março de 1936, que alterou o Plano de Sistematização de Natal, elaborado pelo arquiteto Giácomo Palumbo. O ato de remodelação dividiu ao meio o antigo e espaçoso terreno, sendo loteado e vendido uma das partes.

Finalmente, com parte do dinheiro arrecadado com a venda dos lotes, foi construída e embelezada a praça, depois de 36 anos de sua criação. A partir do dia 24 de outubro de 1937, foi inaugurada sem o monumento em homenagem ao patrono e ficou conhecida como a pracinha, na qual se encontrava quatro lagos artificiais de onde se retirava água para cuidar dos canteiros.

Monumento à Pedro Velho, cuja base original foi substituída por placas de mármore. Observa-se o brasão do Rio Grande do Norte, hoje desaparecido.


O monumento, no entanto, permaneceu no Square Pedro Velho, na Avenida Junqueira Ayres (hoje, Avenida Câmara Cascudo). Somente no ano de 1954, durante o governo de Sílvio Pedroza – sobrinho-neto de Pedro Velho – o monumento foi transferido para a Praça, em Petrópolis.

A arborização era feita com pés de fícus e outras árvores de grande porte. Também foram instalados parques infantis compostos de carrossel, balanços e trapézio. Compunham ainda a praça quadras de vôlei e basquete. No dia 27 de dezembro de 1963, o prefeito Djalma Maranhão inaugurou o Palácio dos Esportes, utilizando o espaço das antigas quadras.

Aspecto da Praça Pedro Velho nos anos 40. 


Com a cassação do prefeito Agnelo Alves, em maio de 1969, assume a prefeitura o vice-prefeito, Ernane Alves da Silveira, que governou até 15 de abril de 1971. O prefeito informado da situação precária da praça, resolveu executar um novo projeto traçado pelos engenheiros da prefeitura. Logo que se deu publicidade sobre a existência do projeto surgiu na imprensa natalense a expressão “Praça Cívica”, numa clara tentativa de substituir o nome da praça.

Segundo análise do professor Itamar de Souza, em seu livro Nova História de Natal, tal mudança se justificava da seguinte forma:

“Naquela época, o regime militar estava no auge. Os militares apelavam muito para o civismo, o amor à pátria, como forma de legitimar o seu poder. Eles cassaram os direitos políticos do então prefeito Agnelo Alves (...) afastando-o do cargo e colocou, no seu lugar, o vice, Ernani Alves da Silveira. Este governou a cidade sob a pressão dos militares. Sem dúvida, a expressão – “Praça Cívica” – foi resultante deste contexto político”.

A opinião publica reagiu a tentativa de mudança do nome da praça, o que provocou uma declaração do então secretário de Serviços Urbanos José Guará, no dia 10 de julho de 1969, afirmando que o nome oficial da praça permaneceria Pedro Velho, “numa justa homenagem ao grande homem público do nosso estado”.

Continua sua análise o professor Itamar de Souza: “Realmente, o nome antigo deste logradouro permaneceu. Apesar de pressionado pelos militares, o prefeito Ernani da Silveira nunca assinou um ato mudando o nome para Praça Cívica. Esta nova denominação foi, apenas, uma onda da impressa, fazendo eco ao desejo dos militares”.


Assim, com base no que foi exposto, cabe a nós continuar o legado histórico, tradicional e legítimo e designar a Praça como deve ser: Praça Pedro Velho.