sábado, 29 de agosto de 2009

Sobre o Cel. João Soares da Fonseca Lima


Em 2004, com o objetivo de expandir os meus dados referentes as primeiras famílias que se estabeleceram em Macaíba, com Fabrício Pedroza, entrei em contato com o Sr. Evandro Soares Nobre, macaibense, filho de Isabel e Paulo Nobre, professor de várias gerações de macaibenses.

Evandro Nobre foi muito atencioso, legando-me um pequeno estudo com os dados necessários a uma primeira genealogia do Cel João Soares da Fonseca Lima, avô de Evandro. Com os dados vieram algumas fotos de um passeio do Grupo Auta de Souza ao Sítio de Jaime Quintas Perez (pai do escritor Renard Perez e do escultor Rossine Perez), assim como um artigo de sua lavra, acerca de sua meninice na ribeira do Jundiaí. Trascrevo para os leitores deste blog, a excelente página de mais uma memória macaibense, seguida da biografia de Joca Soares e sua descendência.

Ode à minha querida Macaíba

Evandro Soares Nobre

Sem pretender escrever poesia, apenas rasgos de lembranças passadas, nos bons tempos da infância.

Tendo nascido em 1929, lembro-me do Grupo Escolar “Auta de Souza”, onde meu pai era professor, e quando fui encaminhado para a minha primeira mestra, d. Nazaré Madruga.

A casa do meu avô era vizinha ao grupo, tinha uma janela lateral que dava para o pátio de recreio, e por onde era fácil, freqüente passar por aquele espaço, brincar no quintal e contemplar aquele jasmineiro “em flor”, que exalava um suave perfume e que depois vim a saber que o chamavam o “jasmineiro de Auta”, ficava nos fundos do grupo.

Como era gostoso aos 5 anos, brincar na praça dos pés de fícus que ficava em frente a casa do meu avô, e onde eram espalhados a sua sombra, os fardos de lã de algodão que vinham do interior do Estado.

Era fácil de compreender essas oportunidades, desde que meu avô era depositário/correspondente do Banco do Brasil, naquela época (1928-1933), e o algodão em “rama”, vinha para os armazéns e daí seguiam nos botes pela vazante do rio Jundiaí, para Natal.
Também me recordo dos pequenos sacos comportando moedas que seriam o pagamento dos fornecedores, controlados pelo meu avô, e cuja escrituração era feita pela minha tia e madrinha Annete, que trabalhava nos escritórios do meu avô, anotando tudo naqueles livros grandes, onde ali tudo era registrado com aquela bela letra.

Também me recordo da revolução de 1935, quando seguimos em debandada, para a região do Simplicios, que nos deram guarida nas casas de família, e depois da morte de meu avô, quando nos mudamos para Natal, onde até hoje passo a rememorar aqueles dias passados na minha sempre, amada e querida terra, de onde sai com a idade de 6 anos.

João Soares da Fonseca Lima era proveniente da região de Ceará-Mirim e minha avó Emília Deolinda Barbalho das famílias de Goianinha - Barbalho-Simonetti.

Lembro-me que minha mãe falava no engenho Carnaubal, dos Barbalhos, onde ia com freqüência anual, passar dias com sua irmã Annete, naquele local. Posteriormente, eu como fiscal do Banco do Brasil (carteira agrícola), visitando aquelas plagas, confirmei o fato com os descendentes/herdeiros do Carnaubal (mais ou menos entre 1964-68), Srs. Diniz e Gentil, principalmente este último, que me dizia que minha mãe e annete vinham de trem até Goianinha e daí seguiam em lombo de animais, cada uma acomodada em caçuá (cangalha forrada), viajando para o engenho.

Nenhum comentário:

Postar um comentário