Oriundo de uma família pertencente à velha aristocracia urbana, que se firmara na política de Macaíba no inicio da República, Antônio Vicente Magalhães – Tonito - foi o primogênito de Erneide Alecrim da Silva Magalhães e José Maria Magalhães. Foram seus avós maternos o Sr. Alberto Silva e Maria Zebina de Melo Alecrim, esta última, filha do Coronel Prudente Alecrim, presidente da Intendência de Macaíba e Deputado Estadual. Gente de prol e mando a oitenta anos passados. Tonito teve três irmãos; José Gilberto – Betinho, Rosa Maria e Alberto Silva Neto – Betuca.
Criado em um ambiente rígido e sem preocupação, Tonito iniciou sua formação no colégio Santo Antônio Marista. No final da década de 40, quando da última visita ao Estado do Dr. Octacílio Alecrim, irmão de sua avó Maria Zebina, foi para o Rio de Janeiro, completar os estudos, passando a residir com o tio ilustre. No apartamento de Octacílio, na praia do Flamengo, o jovem Tonito acompanhou as intermináveis conversas sobre literatura e Proust entre Octacílio e os amigos Otto Maria Carpeux, Sérgio Buarque de Holanda e Lúcia Miguel Pereira.
Não quis permanecer no Rio de Janeiro, pois seu tio Octacílio “pegava muito em seu pé” para que estudasse. Em 1951, retorna a Macaíba e entregando-se a carreira comercial, assume a gerencia da padaria Brasil, fundada por seu avô Alberto Ferreira da Silva, ex-intendente de Macaíba e cuja administração do estabelecimento legara ao genro José Maria Magalhães, funcionário Federal.
No dia 20 de abril de 1953, foi celebrado o casamento entre Tonito e Maria Chambre Ribeiro de Moura (*1934 +1999), da ilustre família Moura, dos engenhos Ferreiro Torto e Arvoredo, tradicionalíssimos na história estadual, filha de Francisco Canindé de Moura e Joanete Ribeiro de Moura. Ligavam-se pelo casamento, duas importantes famílias macaibenses. Do enlace, houve dois filhos Marcos Antônio e José Maria, cinco netos e cinco bisnetos.
Guardo do amigo Tonito a mais viva recordação de um homem simples e respirando sua terra com a força evocativa do passado. Quando da organização do Museu Ferreiro Torto, visitei-o várias vezes ora em seu refúgio de Jandaíra, ora em sua chácara de Traíras, interior de Macaíba, onde se recolheu repleto de lembranças.
Nascido em 27 de março de 1935, Antônio Vicente Magalhães faleceu no último dia 07 de julho. Essa lembrança é uma homenagem, escrita sob o impacto do desaparecimento de um verdadeiro macaibense.
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