Durante séculos as famílias abastardas e tradicionais eram sepultadas dentro das igrejas. Os mais humildes, os escravos, os suicidas e criminosos, nos adros (arredores) da igreja. Em 1858, um surto de Cólera assolou todo o império do Brasil. Os templos ficaram pequenos para comportar tantos sepultamentos. Além disso, o cheiro forte e os gases produzidos pelos cadáveres fizeram com que os médicos sanitaristas conseguissem introduzir nas comunidades os primeiros cemitérios.
Em abril de 1858, o Major Fabrício Gomes Pedroza e sua mulher Luiza de Albuquerque Maranhão doaram o terreno para construção do futuro cemitério da vila da Macaíba. O local escolhido estava dentro das recomendações médicas em voga na época: “localizado fora do perímetro urbano, em um local elevado e arejado, cercado de arvores que ajudasse a limpar o ar”.
No dia 29 de setembro de 1858, o padre José Paulo Monteiro de Lima proferiu a benção solene de inauguração da necrópole, que tem por padroeiro São Miguel Arcanjo, por ser 29 de setembro seu onomástico.
A urgência das imunações por conta da epidemia de Cólera não deixou rastros dos nomes dos primeiros macaibenses sepultados no cemitério. O túmulo mais antigo ainda resiste ao tempo. Fica do lado direito de quem entra, tem cor azul e três lápides de mármore. Pertence a família do capitão João Juvenal Barbosa Tinoco, casado com uma filha de Fabrício Pedroza, D. Ignez da Silva Pedroza.
A primeira sepultura de mármore ainda existe. Ela foi trazida de Portugal. Trata-se do túmulo do cel. Thomaz Antônio de Mello, falecido em 1906, que na história de Macaíba destacou-se por ser padrinho de Auta de Souza e sócio da casa bancaria Paulo, Eloy e Cia.
Nestes 150 anos de história, o cemitério de São Miguel foi restaurado e ampliado algumas vezes. Destacando-se os reparos feitos durante as gestões dos coronéis Prudente Alecrim e Manuel Mauricio Freire. Recentemente, em maio de 2003 e em 2007, o prefeito Fernando Cunha Lima empreendeu a maior reforma, abrindo ruas para os túmulos, retificando os rumos, reconstruindo a capela e ampliando a área para o sepultamento após algumas desapropriações.
Os cemitérios são ótimos exemplos da necessidade de manter viva a identidade cultural de um determinado grupo, que expressam essa idéia de diferentes maneiras, seja através de epitáfios, estatuária, fotografias ou símbolos. O Cemitério de São Miguel da Macaíba é um Patrimônio Sagrado que deve ser preservado e respeitado por todos.
Olá boa noite.
ResponderExcluirEsse cemitério o dono e chamado de sério ?