No Rio de Janeiro/RJ
Em Juazeiro do Norte/CE
Até o ano de 1858,
existiam em Macaíba apenas duas ruas: a Rua da Pátria e a Rua da Conceição. A Rua
da Conceição é uma das principais artérias do município da Macaíba. Foi aberta
para se chegar ao tabuleiro onde seria erguida a Capela da Conceição, a mando
do major Fabrício Gomes Pedroza, que doou o terreno para construção da capela,
futura matriz. Já nasceu com este nome.
Em 1882, ela
aparece em um antigo mapa-projeto feito para uma estrada de ferro que
atravessaria a cidade, partindo da capital rumo à cidade de Ceará - Mirim.
Pode-se observar as poucas residências com quintais enormes.
Os documentos mais
antigos; escrituras, inventários e cartas aparecem sempre com a denominação
toponímica de Rua DA CONCEIÇÃO e nunca Rua Nossa Senhora da Conceição.
“Conceição” é Concebida sem o pecado original. Logo a denominação liga-se ao
titulo dogmático, simples tradição portuguesa que lembra a concepção de Maria.
Temos em Natal uma rua também chamada de Rua da Conceição, fica na Cidade Alta.
O antigo Colégio da Imaculada Conceição, em Natal, era comumente conhecido por
Colégio da Conceição.
No seu livro
Província Submersa, o escritor macaibense Octacílio Alecrim afirma: a casa com gradil onde
nasci fica na RUA DA CONCEIÇÃO.
A Rua da Conceição
era o caminho natural para o porto da Macaíba, descendo pela Rua da Pátria (Nair
Mesquita) até alcançar a Rua da Praia (Teodomiro Garcia).
Em 1883 foi
inaugurado o antigo prédio dos correios imperiais. O primeiro estabelecimento
comercial aberto na Rua da Conceição foi à casa bancaria Paula, Eloy & Cia.
onde, posteriormente, funcionou a Intendência (prefeitura) , local da recepção
ao presidente Washington Luiz, durante sua visita a cidade.
A Rua da Conceição
abrigou a elite dos tempos imperiais. O comendador Umbelino de Mello, homem de
prol e de mando que atravessava em carruagem, as alamedas formadas pelas
mungubeiras da rua, em direção a sua casa na qual foi assinada a libertação dos
escravos do município. O Coronel Prudente Alecrim e sua esposa, Donana,
deleitando os transeuntes com os acordes do antigo piano alemão pleyal. Isabel
Freire da Cruz (Madrinha Beleza) ensaiando os “dramas”, peças encenadas pelos
jovens da cidade e a figura austera de Eulália Freire.
E, mais
recentemente, Alice de Lima e Melo (secretária perpétua da prefeitura),
Graziela Mesquita e sua pensão da Esperança, Erneide Magalhães com sua
caridade, Cornélio Leite e o primeiro cartório, Dr. Virgílio Dantas, sua esposa
D. Terceira Alecrim e seus 14 filhos! Maria Zebina Alecrim, sentada, imponente,
na frente do seu casarão ao lado do marido Alberto Silva dono da padaria
Brasil, a mais antiga da cidade.
É a rua das grandes
movimentações políticas, das gincanas, dos desfiles cívicos, das movimentações
religiosas e da tradicional feira local, desde a sua fundação funcionando aos sábados. Atualmente abriga grande parte do comercio local.
Foi rua de muitos
jardins no passado e abriga ainda o mais antigo da cidade, cultivado por Donana
Alecrim. É único, sem as dimensões e as variedades de flores, crotões e rosas
francesas de outrora.
Essa e a história
da Rua da Conceição, convertida pela memória atual descomprometida com a
tradição do passado, em Rua Nossa Senhora da Conceição como se existisse erro
na denominação histórica.
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