Mário Tavares na Alemanha, em frente a casa de Beetlhoven. (Acervo Gláucia Maranhão Tavares)
Descendente de Fabrício Gomes Pedroza e Amaro Barreto de Albuquerque Maranhão figuras tão ligadas a história de Macaíba e do Rio Grande do Norte, Mário Tavares nasceu em 18 de abril de 1928, em Natal, sendo seus pais o Sr. Jorge Tavares, filho de Amélia Augusta de Albuquerque Maranhão Tavares e Olimpio Tavares; e de Júlia Palma Tavares. Teve dois irmãos, Túlio e Carlos Tavares.
Proveniente de uma gens melômana e artista, vale destacar que seus tios-avós Alberto Maranhão foi o “Mecenas” da cultura potiguar; Joaquim Cipião foi excelente violinista, diretor do Teatro Alberto Maranhão e da Escola de Música; Amaro Barreto Filho foi pianista renomado, formado em Paris e professor da Escola de Música do Rio de Janeiro; seus primos Jorge Barreto Maranhão e Maria Augusta Tavares pianistas e sopranos, anfitriões de tertúlias sedutoras, para não citar outros tantos.
Mário Tavares tinha oito anos quando encontrou em cima da cama ao voltar do colégio, um violoncelo “de autor”, de tamanho “três-quartos”, presente da avó Amélia Tavares. O plano da avó era claro. Como Túlio, o irmão mais velho de Mário, era pianista e Carlos, o do meio, tocava violino, faltava o violoncelo para compor o trio. Contudo, Mário afirmou certa vez a um amigo: “Meu negócio não era violoncelo. Meu negócio era harmonia, improvisar no piano, ler, estudar e, sobretudo orquestrar”.
Aos 12 anos já integrava a orquestra de Salão da Rádio Educadora de Natal, a ZyB – 5, dirigida por Carlos Lamas e Carlos Faracchi.
Mário Tavares foi aluno do Colégio Santo Antônio Marista e estudou música com o maestro italiano Tomaso Babini, passando em seguida uma temporada no Recife, aprimorando conhecimentos antes de embarcar para o Rio de Janeiro em 1947.
No Recife Mário Tavares então aos 16 anos seguindo os rastros do mestre Babine, integrou-se a Orquestra Sinfônica, fundada três anos antes por Vicente Fitipaldi. Na capital pernambucana foi influenciado pelo frevo, cujo expoente nas composições era o Nelson Ferreira, de quem se tornou amigo.
Com o objetivo de concorrer a uma vaga de violoncelista na Orquestra Sinfônica Brasileira, Mário Tavares viajou para o Rio de Janeiro, naquele Estado foi examinado pelo regente Eugen Szenkar, Nydia Soledade e Iberê Gomes, sendo contratado em abril para integrar a então recém fundada OSB, da qual esteve ligado até 1960.
Consagrado pelos seus virtuosos dons musicais, reconhecido internacionalmente, Mário Tavares destaca-se como interprete da obra de Villa Lobos. Aceitando o convite da esposa do compositor – D. Arminda, empreendeu a revisão da obra sinfônica e regeu a maioria das obras inéditas até a morte do maestro em 1959.
O maestro Mário Tavares dirigiu a Orquestra Sinfônica do Teatro do Rio de Janeiro durante 38 anos. Regeu também alguns dos mais famosos solistas nacionais e internacionais como Aldo Parisot, Nelson Freire, V. Ghiorgiu, Giorgy Sandor, Mtslav Rostropovich, Paula Seibel e Nina Beylina, Foi o principal maestro no Festival Internacional da Canção Popular da TV Globo, de 1967 a 1975 e do Festival de Música Contemporânea, de 1969 a 1970.
Em junho de 2002 o maestro foi homenageado com o lançamento do CD “Mário Tavares” que reúne quatro composições de sua autoria: “Potiguara”, “O Concertino”, “Sonata nº1” e “Rio, a Epopéia do Morro”. Obras estas escritas entre 1959 e 1965.
Mário Tavares era casado com Gláucia Maranhão Tavares e pai de três filhos e avô de 6 netos. Visitou Natal pela última vez em 2001. Morreu numa quarta-feira, dia 05 de fevereiro de 2003, aos 74 anos. O sepultamento ocorreu no Memorial do Carmo no Rio de Janeiro.
O maestro Mário Tavares afirmava que para ele não existiam fronteiras entre os sons clássicos e os populares. “Música boa é música bem feita”. A frase era o resumo de uma carreira que nunca se prendeu a rótulos.
Parabens, Anderson, é verdade tudo que escreveu.Gostei muito de saber que conheci mais um parente, que bom! Não deixe de abrir: meusparentes.com.br
ResponderExcluirveja também o meu blog sobre o acervo do Mário:
http://maestromariotavares.blogspot.com
O seu trabalho é muito valioso para a memória das gerações.Vou pesquisar os detalhes da minha família e depois mandarei para você. Receba a minha gratidão com um forte abraço
Gláuia
meu pai maestro maurilio lyra trabalhou com ele como pianista na radio educadora do rio grande do norte
ResponderExcluirO maestro Lyra que acompanhou artistas na época dos Festivais de Música?
Excluirmeu pai maestro maurilio lyra trabalhou com ele na radio educadora de natal a zyb-5,ele era pianista ,
ResponderExcluirMário Tavares foi um grande homem, orgulho do Rio Grande do Norte!
ResponderExcluirComo tenor, membro do coro do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, participei de muitas obras, regidas por tão insigne e saudoso Mestre. mario Tolla
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