Capa do livro de Maria Crinaura, retratando a Vila Soledade.
A menina Maria Crinaura. Acervo Instituto Tavares de Lyra
Maria Crinaura
Dantas Cavalcanti é macaibense nascida na Vila Soledade, casarão tombado como
patrimônio histórico, hoje conhecido por Solar da Madalena, mas que no tempo do
seu avô materno, o coronel Manoel Maurício Freire era assim denominado. Viúva
de Jessé Dantas Cavalcanti, Maria Crinaura tem quatro filhos, sete netos e um
bisneto. É assistente social aposentada, tendo desenvolvido seu trabalho em
diversas repartições públicas.
No ano de 2013, Maria
Crinaura publicou o livro Vila Soledade,
editado pela Jovens escribas, onde volta de mansinho, revestida da menina que
foi no antigo casarão e nos apresenta parte do seu universo vivido naquela
paisagem ainda bucólica da Macaíba de outrora. O resultado é uma narrativa
leve, despretensiosa e, ao mesmo tempo, um documento histórico sem par, autêntico,
substancioso, sobre a vida privada, o cotidiano, a micro-história, enfim, de um
importante núcleo familiar macaibense do século passado.
Maria Crinaura
escreve suas lembranças, mas informada pelo olhar novo da menina da Vila. Com
ela podemos penetrar os segredos do casarão no período ainda por estudar do domínio
da família Freire, em Macaíba. Trata-se de um documento chave para a história
cultural da cidade. Através do olhar da menina da Vila podemos ainda reviver os
padrões de convivência humana. O próprio ângulo de visão é de baixo para cima,
como as crianças veem e vivenciam o mundo dos adultos.
Trata-se aqui de
uma fonte particularmente importante para a história social da infância e da
família, na linha aberta por Philippe Ariàes. É esta voz abissal e ressoante de
ecos envolventes, que, para nossa inquietação e nossa maravilha, nos lega o
livro Vila Soledade, de Maria Crinaura.
Qual o seu email? Tenho algumas perguntas.
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