terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Dr. João de Albuquerque Maranhão - João das Estivas

Dr. João de Albuquerque Maranhão, republicano histórico. 


Nascido em 1828, no engenho Miriri, engenho tradicional que os holandeses haviam encontrado safrejando na Paraíba.  Era filho do capitão-mor João de Albuquerque Maranhão e de Gertrudes Cândida de A. Maranhão. O coronel Inácio Maranhão, do engenho Belém, em São José de Mipibu era seu irmão.

Foram seus filhos: João de Albuquerque Maranhão, nascido em 31 de julho de 1860, falecido solteiro; André, falecido no Recife em 1928, Antônia casada com Dr. José Joaquim de Sá e Benevides, Afonso nascido em 1866 e falecido aos 24 de janeiro de 1933, em Manaus, onde era Juiz de Direito; Maria Luíza, nascida 1868 e falecida solteira em Recife em 1945; João nascido em 20 de junho de 1873 e falecido em 1880; Luís nascido em 1875 e falecido no Recife, no dia 02 de fevereiro de 1939; João (o escritor), nascido em Arez no dia 20 de agosto de 1880.
Segundo o escritor Luís da Câmara Cascudo, João das Estivas foi:

Grande proprietário, dono de escravos, possuindo mais terras do que certos reinos da confederação alemã, era bom, compassivo e generoso, tão cheio de boemia e simplicidade que parecia crédulo e pueril. Os escravos faziam quanto desejavam fazer. Furtavam como e onde queriam. Surpreendidos, davam explicações curiosas que o dr. João das Estivas repetia, sorrindo, como se as acreditasse.

Bacharel pela Faculdade de Direito de Olinda, turma de 1853, fixara-se em Estivas, no casarão enorme, com vasto janelório aberto, rodeado de alpendres, espécie de solar e casa grande, erguida em 1810. Era filiado ao Partido Conservador, cuja liderança se estendia pelos municípios de Arez, Canguaretama, Goianinha e até a província da Paraíba. Foi deputado provincial de 1874-75 e de 1876-77, sem grandes entusiasmos pela política absorvedora da época.

Seu pai, o capitão-mor João de Albuquerque Maranhão de Miriri, foi um dos mais ativos republicanos de 1817. Casou com a prima Antônia Josefa, irmã de Andrezinho de Cunhaú. O Dr. João era o primogênito. Morando em Estivas herdou o lindo costume feudal, o nome da família junto ao da recordação de posse da terra. Ficou sendo para todos de seu tempo Dr. João das Estivas.

Segundo os jornais da época, no ano de 1888, João das Estivas alforriou, sem condições, todos os seus escravos. Fez uma festa e serviu aos alforriados. Quando Pedro Velho decidiu fundar o Partido Republicano no Rio Grande do Norte, convidou o Dr. João das Estivas para presidir a cerimônia, sendo eleito presidente daquela agremiação no dia 27 de janeiro de 1889. Era tido como o mais antigo republicano do estado.

Numa quinta-feira, 26 de dezembro de 1889, o Governador Dr. Adolfo da Silva Gordo e comitiva, desembarcaram na estação do engenho Baldum e seguiram em grande cortejo até a cidade de Arez, onde foram saudados pela oratória do Dr. João de Albuquerque Maranhão, que deu vivas à República e ao governador!

Em 16 de janeiro de 1890, o governador Dr. Adolfo Gordo nomeou, em cada município, uma Intendência, dentro dos novos padrões de administração republicano. Na cidade de Arez, o Dr. João de Albuquerque Maranhão foi designado presidente da Intendência, sendo auxiliado pelos intendentes Primo Feliciano Mártir e Manoel Augusto de Carvalho.

Desgostoso com os rumos políticos impetrados por Pedro Velho, o Dr. João das Estivas filiou-se, solidário, junto a outros importantes republicanos históricos ao Centro Republicano 15 de novembro, fundado em Natal no dia 16 de março de 1890.


O Dr. João das Estivas faleceu de problemas cardíacos no dia 04 de novembro de 1890, ao chegar de uma viagem que fizera a Natal, na casa grande do seu engenho Estivas. Morreu no exercício do cargo de Presidente da Intendência de Arez, sendo substituído por Manoel Augusto de Carvalho. 


Coronel André Júlio, filho de Dr. João das Estivas, último Albuquerque Maranhão no comando de Estivas.





Dr. João de Albuquerque Maranhão Júnior

Escritor João de Albuquerque Maranhão Júnior escreveu A Casa de Cunhaú, em 1956.

Nascido no engenho Estivas, na cidade de Arez, aos 20 de agosto de 1880, estudou humanidades no Recife, cursando o Instituto Pestalozzi do educador brasileiro Dr. Raimundo Honório da Silva, formando em Direito pela Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, com a turma de 1921. 

Oficial administrativo do Ministério da Fazenda. Jornalista. Delegado dos Tribunais de Contas nos estados de Sergipe e Pará e delegado fiscal do Tesouro Nacional no Amazonas. Foi para o Amazonas no ano de 1903, quando ainda estudante e por lá viveu 28 anos.

Casou em Pernambuco no ano de 1911 com Laura Tavares da Cunha Melo, que faleceu em 1915, com quem teve o escritor Petrarca Maranhão, Lauro Tavares da Cunha Melo; casou em segundas núpcias com Maria Oneide Maranhão da Costa em 1930, com quem teve Fernando Augusto de A. Maranhão.

Em 1956, escreveu o livro História da Casa de Cunhaú, prefaciado por Gilberto Freyre. Trata-se de um excelente livro que destaca os antigos ramos da família Albuquerque Maranhão em seus diversos seguimentos.

Faleceu na cidade do Rio de Janeiro, em sua residência, no bairro de Ipanema, no dia 24 de maio de 1958. 

Um comentário:

  1. Olá caro Anderson, esta postagem me interessa particularmente. Estou pesquisando sobre a família "Maranhão" justamente desse ramo. Poderíamos entrar em contato? Poderia passar seu e-mail de contato?

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