Capa do livro César Borgia, de 1918.
Capa do livro Nevroses, 1919.
Pouco depois da união, Fortunato passa a ajudar o sogro em um pequeno comercio de miudezas. Logo o jovem casal se integra a vida social da tumultuada Macaíba daqueles anos e Fortunato Aranha chega a ser um dos fundadores do Grêmio Literário “Tobias Barreto”, em 1891, ao lado de Henrique Castriciano, Francisco Freire da Cruz, Augusto Tavares de Lyra, Alberto Maranhão e João de Lyra Tavares, entre outros nomes de jovens expoentes da intelectualidade local. Fortunato Aranha assumiu, então, o cargo na nova sociedade cultural de bibliotecário, prenuncio de seu futuro como proprietário da livraria Cosmopolita – a primeira de Natal.
Os filhos viam chegando, ano após ano, totalizando uma prole de 13 filhos: Cleodon, Jayme, Victor Hugo, Solon, Milton, Cícero, Gilberto, Murilo, Angelina, Laura, Cecília, Ignez e Maria Aranha.
Destes filhos, Victor Hugo e Murilo Aranha destacam-se como poetas. Detenho-me sobre Murilo Aranha, nascido em 24 de junho de 1890. Publicou os seus primeiros versos aos 14 anos de idade, sendo o seu primeiro trabalho publicado o livreto César Bórgia (Sonetos), Tip. De Augusto Leite de Natal, 1918.
Mais tarde dedicou-se ao jornalismo literário tendo escrito em vários periódicos literários que circulavam em Natal e nos jornais "Gazeta do Comércio", "Trabalho", "Diário de Natal", "República" e "Imprensa". No Rio de Janeiro, estudou odontologia e fez parte da redação do Correio da Noite e d´A Revista Azul. Se sentido doente retorna ao Rio Grande do Norte, estabelecendo-se em Lages onde fundou o jornal A Pátria, e diretor do Externato Coronel Cascudo.
Numa página de saudade o amigo Câmara Cascudo afirma que Murilo Aranha foi um homem que possuiu uma sólida cultura filosófica, discípulo de Nietzsche, advindo daí a sua “desunião com o mundo das coisas”.
Sonetista famoso, leitor de filosofia e poeta de versos sonoros Murilo Aranha foi um poeta parnasiano, com um lirismo branco e dolente, seguidor de Olavo Bilac.
O jornal A República, noticiando a sua morte destaca: em Lages (...) finou-se ante-hontem às 18 horas, o inditoso moço Murilo Aranha (...) fervoroso cultor das letras, sendo as suas poesias muito apreciadas pela forma e estylo sempre cuidados. Era 23 de junho de 1919. Ainda Câmara Cascudo dizia sobre o desaparecimento do poeta macaibense: perco um amigo. O meu Estado perde um poeta, talvez um dos mais vibrantes e magníficos.
Alguns meses após o seu falecimento foi lançado o seu Nevroses (Versos). Livraria Leite Ribeiro & Maurílio. Rio 1919, dedicado ao conterrâneo Henrique Castriciano. Deixou “Catedral", quase completo. Murilo Aranha foi um dos reais talentos da sua geração. Relembro-o neste ano, quando comemoraremos os seus 120 anos de nascimento.
Capa do livro Nevroses, 1919.
Pesquisando a genealogia das antigas famílias macaibenses, descobri um termo de casamento datado de 09 de outubro de 1881, que apontava para a união do paraibano Fortunato Rufino de Aranha, de 19 anos e Bernardina Olyndina de Oliveira com 21. No documento ainda observa-se que Fortunato era filho natural de Joaquina Francisca de Aranha e Bernardina, filha de Belarmino de Oliveira Castro e Ignácia Maria da Conceição.
Pouco depois da união, Fortunato passa a ajudar o sogro em um pequeno comercio de miudezas. Logo o jovem casal se integra a vida social da tumultuada Macaíba daqueles anos e Fortunato Aranha chega a ser um dos fundadores do Grêmio Literário “Tobias Barreto”, em 1891, ao lado de Henrique Castriciano, Francisco Freire da Cruz, Augusto Tavares de Lyra, Alberto Maranhão e João de Lyra Tavares, entre outros nomes de jovens expoentes da intelectualidade local. Fortunato Aranha assumiu, então, o cargo na nova sociedade cultural de bibliotecário, prenuncio de seu futuro como proprietário da livraria Cosmopolita – a primeira de Natal.
Os filhos viam chegando, ano após ano, totalizando uma prole de 13 filhos: Cleodon, Jayme, Victor Hugo, Solon, Milton, Cícero, Gilberto, Murilo, Angelina, Laura, Cecília, Ignez e Maria Aranha.
Destes filhos, Victor Hugo e Murilo Aranha destacam-se como poetas. Detenho-me sobre Murilo Aranha, nascido em 24 de junho de 1890. Publicou os seus primeiros versos aos 14 anos de idade, sendo o seu primeiro trabalho publicado o livreto César Bórgia (Sonetos), Tip. De Augusto Leite de Natal, 1918.
Mais tarde dedicou-se ao jornalismo literário tendo escrito em vários periódicos literários que circulavam em Natal e nos jornais "Gazeta do Comércio", "Trabalho", "Diário de Natal", "República" e "Imprensa". No Rio de Janeiro, estudou odontologia e fez parte da redação do Correio da Noite e d´A Revista Azul. Se sentido doente retorna ao Rio Grande do Norte, estabelecendo-se em Lages onde fundou o jornal A Pátria, e diretor do Externato Coronel Cascudo.
Numa página de saudade o amigo Câmara Cascudo afirma que Murilo Aranha foi um homem que possuiu uma sólida cultura filosófica, discípulo de Nietzsche, advindo daí a sua “desunião com o mundo das coisas”.
Sonetista famoso, leitor de filosofia e poeta de versos sonoros Murilo Aranha foi um poeta parnasiano, com um lirismo branco e dolente, seguidor de Olavo Bilac.
O jornal A República, noticiando a sua morte destaca: em Lages (...) finou-se ante-hontem às 18 horas, o inditoso moço Murilo Aranha (...) fervoroso cultor das letras, sendo as suas poesias muito apreciadas pela forma e estylo sempre cuidados. Era 23 de junho de 1919. Ainda Câmara Cascudo dizia sobre o desaparecimento do poeta macaibense: perco um amigo. O meu Estado perde um poeta, talvez um dos mais vibrantes e magníficos.
Alguns meses após o seu falecimento foi lançado o seu Nevroses (Versos). Livraria Leite Ribeiro & Maurílio. Rio 1919, dedicado ao conterrâneo Henrique Castriciano. Deixou “Catedral", quase completo. Murilo Aranha foi um dos reais talentos da sua geração. Relembro-o neste ano, quando comemoraremos os seus 120 anos de nascimento.
Caro Anderson:
ResponderExcluirParabéns pelo resgate da figura de Murilo Aranha, nos seus 120 anos. É nosso dever valorizar e divulgar a cultura potiguar... E você desempenha esta função de modo primoroso.
Um grande abraço
Daliana Cascudo