segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Coronel Felipe Ferreira da Silva, história e genealogia

Coronel Felipe Ferreira da Silva *1843 +1935. 

Transcorridos oitenta e um anos do falecimento de Felipe Ferreira da Silva, ele seria somente uma lembrança na memória dos seus familiares e de alguns moradores antigos das cidades de São José de Mipibú, Canguaretama e Arez, onde residiu, se não fosse uma Acta Diurna e conversas evocativas que o escritor Luís da Câmara Cascudo teve com ele, em visitas ao engenho Mangabeira, na cidade de Arez, colheu elementos que enriqueceram seus livros História da Alimentação do Brasil e Sociologia do Açúcar, onde Felipe Ferreira ressurge como informante.

Grande parte da memória de Felipe Ferreira da Silva desapareceu. Nem mesmo seu túmulo resistiu. Sua última residência – a casa grande do engenho Mangabeira encontra-se arruinada pelas mãos de uns poucos desavisados da memória histórica e cultural do nosso estado.

Felipe Ferreira da Silva nasceu numa sexta-feira, 25 de julho de 1843, dia de muita chuva, como relatou a Cascudo, na cidade de São José de Mipibú, Rio Grande do Norte. Era filho de Bernardo Ferreira da Silva, português da cidade de Ridinha, Bispado de Coimbra e de Delfina Francisca Barbosa.

Eis o assentamento de nascimento de Felipe Ferreira:

Aos 21 de setembro de 1843, na Matriz da Gloriosa Senhora Santa Ana, batizei e pus os santos óleos ao parvolo FELIPE, branco, nascido aos vinte e cinco de julho deste ano, filho natural de Bernardo Ferreira da Silva (...) por ser viúvo e de Delfina Francisca Barbosa, solteira. Foram padrinhos o capitão João Duarte da Silva e sua mulher D. Joana Filgueira dos Prazeres, moradores nesta mesma freguesia, de que para constar fiz este assento que assino. Vigário Gregório Ferreira Lustoza.(Livro de batismos da Paróquia de Santana e São Joaquim, de São José de Mipibú, de 1841-1843).

Foram seus irmãos: Maria da Glória Soares de Almeida casada com Eduardo de Torres Palhano; e Josefa Generosa Ferreira da Silva casada com Hermilo Fernando Fernandes de Lima.

Por via paterna, Felipe Ferreira da Silva teve os seguintes irmãos, filhos de seu pai e de Joana Guedes de Menezes: Geracina Ferreira da Silva casada com Estevão José Dantas Júnior; João Ferreira da Silva, casado com Maria Generosa da Silva; Bernardina Ferreira da Silva casada com Francisco Basílio Ribeiro Dantas; Antônio Bernardo Ferreira da Silva casado com Otília Olympia da Silva Galvão e a segunda vez com Genuína Adelina de Araújo Pinheiro; Pedro Ferreira, falecido criança; Maria Ferreira da Piedade casada com José Joaquim de Carvalho; Bernardo Ferreira da Silva Filho, solteiro; Vicente Ferreira da Silva casado com Josefa Generosa Leitão; Joaquina Ferreira de Andrade casada com Antônio Marçal de Andrade e o Dr. Paulino Ferreira da Silva casado com Maria Francisca Pardilha.



A meninice de Felipe Ferreira transcorreu pelos engenhos de seu pai, espalhados pelo vale do Capió. O Pai, fiel às tradições, fê-lo estudar latim com o padre Joaquim Severiano Ribeiro Dantas. Até morrer, Felipe Ferreira sabia regras da artinha do padre Pereira, provérbios, versos de Virgílio, Horácio e trechos de Tito Lívio. Adolescente, foi enviado a Fortaleza onde foi seminarista e amigo de turma de Cícero Romão Batista, o famoso padre Cícero do Juazeiro.

Sempre fora homem do campo, amando a terra, desejando seu domínio sempre vasto, conhecendo-a pelo toque das mãos, vista dos olhos, calcar de pé. Tinha terras em Papari, Arez, São José de Mipibú, Santa Cruz, Penha, Goianinha, Nova Cruz e Santo Antônio. Dentro de suas propriedades nasciam rios, subiam serras, cresciam florestas, corriam veados, roncavam onças, pintalgadas e velozes.

Parte de suas propriedades foram herdadas, a exemplo do engenho Sapé. Outras foram sendo gradativamente adquiridas, depois de muitos anos de um trabalho sério no campo. Foi o caso, por exemplo, do engenho Lagoa do Fumo que pertenceu ao Barão de Mipibú, cujo filho único homônimo do pai Miguel Ribeiro Dantas o vendeu a Felipe Ferreira que doou ao filho Pedro Ferreira da Silva que deixou para o filho Júlio Ferreira. Encerrou a produção em 1963, já sob os cuidados de Murilo Ferreira.

Casou em primeiras núpcias com a sua sobrinha Joana Olímpia Ferreira da Silva,  filha de Antônio Marçal de Andrade e Joaquina Ferreira da Silva, falecida em 1878, e com ela teve 6 filhos: 

F.1 Maria Hermelinda Ferreira casada com Manoel Gomes;

F.2 Bernardo Ferreira da Silva, solteiro;

F.3 Amélia Olímpia Ferreira da Silva casada com Lindolfo Torres Galvão;

F.4 Pedro Ferreira da Silva (meu trisavô materno), que deixou descendência de Ana Aldezira, Maria Manoela e Benedita Maria da Conceição de A. Maranhão;

F.5 Amália Adélia Ferreira de Souza casada com Ezequiel Mergelino de Souza;

F.6 Joana Olímpia Ferreira Galvão casada com Pedro Galvão.

Felipe Ferreira casou em segundas núpcias com Joana Camila Martins, filha de Gervásio de Gouveia Martins e Maria Manoela, e com ela teve os seguintes filhos: 

F.7 Elísia Ferreira da Silva (Iaiá), solteira;

F.8 Beliza Ferreira de Carvalho casada com Antônio Clímaco de Carvalho;

F.9 João Hélio Ferreira da Silva casado com Maria Aparecida de Carvalho;

F.10 Antônio Felipe Ferreira da Silva casado em primeiras núpcias com Laura Sausmikat e a segunda vez com Abigail Cavalcante;
 F.11 Júlia Ester Ferreira Cortez casada com Ezequias Pegado de Castro Cortez;

F.12 José Augusto Ferreira da Silva casado a primeira vez com Alice Fonseca e a segunda com Maria Helena Lins;

F.13 Maria Emerentina Ferreira da Silva, solteira.

Felipe Ferreira foi membro da Guarda Nacional, da Comarca de São José de Mipibú. Reformou-se no posto de Tenente Coronel Comandante Superior. Era mais acatado pelo espírito conciliador do que pela patente.

Felipe Ferreira embora pertencente a uma família que possuía escravos, adere desde muito cedo aos ideais abolicionistas. Ele mesmo tornou livres e sem condições aos seus escravos ainda em 1887. Câmara Cascudo informa que Felipe Ferreira manteve até a morte seus velhos amigos da bagaceira, ex escravos.

Alguns, perdidos pelo mundo, procuraram Mangabeira nos derradeiros anos, para sossegar e morrer sem fome e assistidos com caridade. Fui seu advogado muitos anos, e instruiu-me do poder sinuoso e temível da bagaceira onde tinha amigos que lhe tomavam a benção matinal. (CASCUDO, 1971, p. 110).

Em 27 de janeiro de 1889, ao meio dia ocorreu a primeira reunião do Partido Republicano no Rio Grande do Norte, em casa de João Avelino Pereira de Vasconcelos que localizava-se no bairro da Ribeira, em Natal. Dessa reunião histórica foi lavrada uma ata onde consta a assinatura de Felipe Ferreira da Silva, então aos 44 anos de idade e solidário com o ideário republicano.

Como juiz municipal de Canguaretama, em 24 de maio de 1890 Felipe Ferreira da Silva integrou uma comissão composta por Fabrício Maranhão, Olímpio Tavares, José Alexandre Garcia e Thomaz Ladim, que instalou solenemente o município de Vila Nova de Cuitezeiras, atual Pedro Velho.

No jornal Rio Grande do Norte, de 14 de outubro de 1892, fala da eleição dos novos juízes, escrivães, irmãos de mesa, tesoureiro e procuradores que tem que festejar a Santíssima Virgem do Rosário no ano de 1893. Entre os eleitos encontra-se Felipe Ferreira para o cargo de irmão de mesa. Eleição feita pelo padre João Maria no consistório da Igreja do Rosário em 01-10-1892.

Nomeado Juiz Distrital de Arez no triênio de 1905-1907 juntamente com Antônio Teixeira de Medeiros e Avelino Teófilo Pegado Cortez.

Presidente da Intendência da cidade de Arez no triênio 1917-19, quando era governador do Rio Grande do Norte Joaquim Ferreira Chaves.

Em 03 de agosto de 1910, foi feita uma inspeção agrícola na cidade de Arez onde foi observado que naquele ano dos 115 engenhos de Cana de Açúcar, só restavam cinco, um dos quais a vapor, pertencente ao coronel Felipe Ferreira cuja safra era calculada em 2.000 sacas. A produção era transportada via a ferrovia da Great Western e cobrava por 10 kilos de algodão 82, réis, de açúcar, 64 réis e de cereais, 40 réis.

O jornal O Liberal de março de 1880, cita entre os doadores de terras para o leito da ferrovia Natal – Nova Cruz, o coronel Felipe Ferreira da Silva. A parte de terra doada por ele fica exatamente ao lado de seu engenho Baldum, depois pertencente ao seu filho Antônio Felipe.

Dono de engenho de açúcar e de uma dezena de fazendas, madrugador de quatro horas, com os primeiros galos de campina, Felipe Ferreira amava todos os detalhes de sua profissão, satisfeito em faze-Ia reviver rica de episódios curiosos.

Felipe Ferreira recebeu de seu primo Afonso de A. Maranhão Arco-Verde a famosa carabina "meio berro", que pertenceu a Simplício Cobra Verde, capataz do brigadeiro Dendé Arco-Verde. Felipe doou a Cascudo que por sua vez doou ao Instituto Histórico.

Felipe Ferreira recebe amigos e autoridades no aniversário de 90 anos em seu engenho Mangabeira.

A casa grande mais ou menos no mesmo ângulo. 


Somente Câmara Cascudo para deixar a posteridade uma página bucólica que retrata o espírito brejeiro do coronel Felipe:

Amigo de pássaros, não os guardava encarcerados em gaiolas, como ninguém ousava armar um alçapão nem estalar a baladeira nas terras de Mangabeira, todo derredor era uma orquestração fremente de aves soltas, delirantes de sonoridade. Da altíssima árvore, à direita da porteira, pendiam centos de ninhos de xexéus, ninhos que pareciam saquinhos de queijo de Brie. E, nas tardes macias, toda a mata vibrava embriagada de sons e de musicalidades cristalinas. Felipe Ferreira dizia que os xexéus de Mangabeira sabiam o latim.

O coronel Felipe Ferreira da Silva tinha 92 anos, quando faleceu em seu engenho Mangabeira, cercado por suas filhas Iaiá e Emerentina, solteiras e que residiam com ele e por alguns auxiliares de longas datas. Recorro, mais uma vez, a Câmara Cascudo, para fazer uso de suas palavras ao encerrar o presente artigo:

Com ele desapareceu um verdadeiro dinasta, o homem povoador, glorioso na perpetuação da raça, incontável, enorme, prolífero, cristão. A todos se estendia o amor do patriarca, sentindo as cólicas de um bisneto e as batalhas financeiras dum filho. Imensa oiticica dava agasalho e fruto, sombra e carinho, aos homens de todas as caravanas. Por isso seu nome ficou no sangue de cem famílias e no coração daqueles que viram e privaram com um dos últimos Varões de Plutarco.

Foi sepultado no cemitério público de São José de Mipibú. Na cidade de Canguaretama existe uma escola com o seu nome. E nas cidades de Arez e São José de Campestre existem ruas no centro da cidade leva seu nome. 

Após o seu falecimento a propriedade Mangabeira foi inventariada e repartida entre as filhas Iaiá, Emerentina, Amália Galvão casada com Lindolfo Galvão e o filho de criação Moacir Furtado. Nos anos 40, os herdeiros venderam a propriedade a Arthur de Menezes Marinho (Arthur Taxo), que nos anos 50 o repassou ao industrial Nilton Pessoa de Paula casado com Maria Neusa Sausmikat Ferreira, neta de Felipe. Após a morte de Maria da Glória de Paula e de seu filho Nilton de Paula, a propriedade foi novamente inventariada e dividida entre os herdeiros que a repassaram ao grupo Tavares de Melo, de Pernambuco. A casa grande encontra-se em ruínas.


O casarão nos anos 2000. Acervo de Mariceli Macedo.


Diante do que resta da casa grande. Foto de Carlos Alberto Ferreira da Silva.


Genealogias de Felipe Ferreira da Silva e suas esposas. Descendentes da Casa Hereditária de Cunhaú.

Minha bisavó materna Sebastiana Ferreira da Silva, neta de Felipe Ferreira da Silva.



Durante muitos anos, especulou-se dentro dos serões familiares, que as duas esposas de Felipe Ferreira da Silva, senhor do engenho Mangabeira, em Arez, Joana Olímpia e Joana Camila, eram membros da família Albuquerque Maranhão de Cunhaú. Contudo, ninguém sabia indicar como se dava essa ligação. Depois pesquisas empreendidas através dos registros de casamentos, óbitos e antigos inventários, que passou por diversos recomeços, concluímos que, na verdade, os três: Felipe, Joana Olímpia e Joana Camila eram descendes diretos da antiga Casa Hereditária de Cunhaú. A presente assertiva assim se explica:

No processo de inventário dos bens deixados por Afonso Guedes Alcoforado, na cidade de Goianinha, o senhor Pedro Barbosa Cordeiro Filho aparece como cunhado do de cujos, assim, pode-se concluir que o Pedro Barbosa Cordeiro Filho era irmão de Josefa Barbosa Leitão que foi a primeira esposa de Afonso Guedes Alcoforado. Ambos eram filhos de Pedro Barbosa Cordeiro e de Josefa Luiza de Albuquerque Maranhão, que, por sua vez, era filha de Gaspar de Albuquerque Maranhão, Senhor Hereditário do Engenho Cunhaú.

Já no inventário do capitão Bernardo Guedes da Fonseca, quando se refere a sogra deste, o tabelião destaca Josefa Barbosa Cordeiro ao invés de Leitão, o que ratifica ainda mais a ligação de Josefa com a família Maranhão, tendo em vista que apresenta o nome de solteira de Josefa.

Assim, o coronel Felipe Ferreira da Silva, e as suas duas esposas Joana Olímpia Ferreira da Silva e Joana Camila Ferreira da Silva eram descendentes em linha reta de Jerônimo de Albuquerque Maranhão, de tão grata memória para a história do Brasil e do Rio Grande do Norte em especial, assim como segue:

Árvore genealógica resumida de Felipe Ferreira da Silva


Gaspar de Albuquerque Maranhão c.c. Luíza Vieira Sá
I
Josefa Luíza de Albuquerque Maranhão c.c. Pedro Barbosa Cordeiro
I
Josefa Barbosa Leitão c.c. Afonso Guedes Alcoforado
I
Josefa Francisca Barbosa c.c. Bernardo Guedes da Fonseca
I
Delfina Francisca Barbosa com Bernardo Ferreira da Silva (Português)
I
Felipe Ferreira da Silva 




Árvore genealógica resumida de Joana Olímpia Ferreira da Silva

Gaspar de Albuquerque Maranhão c.c. Luiza Vieira Sá
I
Josefa Luiza de Albuquerque Maranhão c.c. Pedro Barbosa Cordeiro
I
Josefa Barbosa Leitão c.c. Afonso Guedes Alcoforado
I
Josefa Francisca Barbosa c.c. Bernardo Guedes da Fonseca
I
Joana Guedes de Menezes casada com Bernardo Ferreira da Silva (Português)
I
Joaquina Ferreira da Silva Andrade c.c. Antônio Marçal de Andrade
I
Joana Olímpia Ferreira da Silva 


Árvore genealógica de Joana Camila Ferreira da Silva

Gaspar de Albuquerque Maranhão, Senhor Hereditário da Casa de Cunhaú, casado com Luzia Vieira de Sá
I
Luís de Albuquerque Maranhão, senhor do engenho Belém, em São José de Mipibú/RN, casou-se com Joana Francisca Tereza do Espírito Santo
I
João de Albuquerque Maranhão, senhor do engenho Santo Antônio, em Recife/PE, casado com Antônia Joaquina de Albuquerque Maranhão
I
Luiz de Albuquerque Maranhão e de Antônia de Torres Palhano
I
Maria Manoela de Albuquerque Maranhão e Gervásio Guilherme Martins
I
Joana Camila Ferreira da Silva


O coronel da Guarda Nacional Felipe Ferreira da Silva foi casado a primeira vez com Joana Olímpia Ferreira da Silva, sua sobrinha e filha do casal Antônio Marçal de Andrade e de Joaquina Ferreira de Andrade (irmã de Felipe Ferreira). E a segunda vez com Joana Camila de Gouveia Martins, filha do casal Gervásio Guilherme Martins e Maria Manoela de Albuquerque Maranhão.

A dispensa de parentesco por afinidade no 4º grau atingente ao 3º grau de consanguinidade entre Joana Olímpia Ferreira da Silva e Joana Camila, respectivamente 1ª esposa e 2ª esposa de Felipe Ferreira da Silva acontece pela seguinte razão:

Joana Olímpia era filha de Joaquina Ferreira de Andrade, neta materna de Joana Guedes de Menezes, bisneta materna de Josefa Francisca Barbosa e trineta materna de Afonso Guedes Alcoforado e da 1ª esposa Josefa Barbosa Leitão.

Joana Camila era filha de Maria Manoela de Albuquerque Maranhão, neta materna de Antônia de Torres Palhano Filha e bisneta materna de Afonso Guedes Alcoforado e da 2ª esposa Antônia de Torres Palhano. Neta materna de Luiz de Albuquerque Maranhão e de Antônia de Torres Palhano, esta filha de Afonso Guedes Alcoforado e da 2ª esposa Antônia de Torres Palhano, esta filha de Antônio Gomes Torres e de Maria de Souza Palhano.

Parentesco entre Joana Olímpia e Joana Camila: Josefa Francisca Barbosa (bisavó materna de Joana Olímpia) era meia-irmã de Antônia de Torres Palhano Filha (avó materna de Joana Camila), isto é, a bisavó materna de Joana Olímpia era meia-irmã da avó materna de Joana Camila, o que caracteriza dispensa de parentesco de 4º grau atingente ao 3º grau.


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