terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Paisagens do RN - Engenho Pituaçú

Vista de parte da antiga senzala, da casa grande e do bueiro do engenho. (Foto Anderson Tavares, agosto de 2008)

Alpendre da casa grande do engenho Pituaçú. (Foto Anderson Tavares)

Pátio fronteiriço ao "Pituaçú", vendo-se ao fundo o engenho. (Foto Anderson Tavares)

Em 1858 surgiram diversos engenhos nas imediações da vila de Canguaretama. Um dos quais foi o engenho Pituaçú (Camarão grande em Tupi).


O Engenho Pituaçú foi fundado pelo português Manoel Antônio de Medeiros e vendido a família Bezerra que por sua vez repassou o a propriedade ao negociante do Recife Parente Vianna. Em 1919 as terras foram adquiridas por Manoel Luiz Gomes por 100:000$000 (cem contos de reis). Neste período, as terras do engenho ocupavam cerca de 1.200 hectares, havendo então uma grande mata virgem.


O proprietário passou a administração do engenho para seu genro Joaquim Gomes Sobrinho casado com Ana Augusta Gomes. O casal construiu a casa grande entre os anos de 1928-29. O prédio foi erguido em frente ao engenho, no cimo de um pequeno morro, onde foi plantado um pomar.


A casa grande do Pituaçú mantém as mesmas características de sua fabrica original. Ostenta fachadas rebuscadas, com a cobertura arrematada por cornija, a platibanda com ornatos de massa. A fachada principal da casa grande, emoldurada por cunhais e cornija, apresenta no térreo duas janelas centrais, ladeadas por outras duas janelas mais largas, sendo todas elas de madeira pintada, assentadas em vãos de vergas retas com cercaduras de massa.


Ao nível do pavimento superior existe o mesmo numero de janelas, que obedecem disposição idêntica à do térreo, estando as duas janelas centrais assentadas em vãos de arcos plenos, e as laterais em vãos de arcos abatidos. Todas as esquadrias são de madeira e vidro, possuindo cercaduras de massa.


O acesso principal a casa é feito através do alpendre lateral esquerdo, cuja cobertura acha-se apoiada em colunas de madeira. A escada que conduz ao primeiro andar, que ocupa parte da casa é de madeira e tem a forma helicoidal. Convém destacar ainda, que abaixo da área ocupada pelo sobrado, encontra-se a sala de visitas, na qual se destaca os retratos do Cel. Quincas e de sua esposa Ana. Todo o piso do casarão é de tijoleira.


A casa grande do Pituaçú guarda inúmeros atrativos, dentre os quais ainda podemos destacar: um antigo berço de balanço, confeccionado de madeira torneada e com fundo de palhinha, apresentando mais um suporte para colocação de cortinado em forma de cegonha e o velho cabriolé (espécie de charrete) que conduzia os moradores da casa à cidade de Canguaretama.

O Engenho Pituaçú é um dos raros no Estado do Rio Grande do Norte, onde ainda é possível admirar a paisagem bucólica aliada às construções históricas como a casa grande, o engenho e o antigo boeiro.

7 comentários:

  1. Olá professor!Boa tarde! Fiquei muito emocionada ao ler a história do Engenho Pituaçú! Meu nome é Ivanise Gomes de Oliveira, sou bisneta de Manoel Luiz Gomes. Vivi parte da minha infância no engenho. Até hoje guardo na memória esse lindo lugar!
    O pomar, o jardim, o viveiro, a casa de farinha que ficava em frente a casa grande, o riacho, o canavial, a casa aonde gurdavam o mel de furo, as flores, emfim, era um paraiso! Tudo era colhido no engenho.
    Eu dormia no sobrado e, de lá, contemplava durante as noites de lua cheia, a linda paisagem bucólica. A sombra das árvores que muitas vezes criavam formas estranhas.
    Geralmente, eu acordava com o canto das pessoas que estavam fazendo a farinhada. Eram cantos diversos e alguns muito triste!
    Tudo um encanto!
    A minha tia Ana era uma mulher linda e muito educada! Tinha qualidades morais e era uma pessoa muito cheia de afeto para com todos.
    Parabéns pelo seu lindo trabalho!Acolhia a todos com muito carinho.
    Parabéns pelo seu lindo trabalho! Continue contando a história da nossa terra.
    Contato: ivanisedf@gmail.com ou ivanise@unb.br

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  2. Nossa há anos pedi ao meu marido para conhecer ese lindo engenho e nunca deu certo.Para mim é um privilegio ver essas imagens.Como faço ara conhecer?.

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  3. Olá...
    Acompanho o blog há algum tempo, estou entrando no mundo da genealogia. Já li algumas postagens, mas essa sobre o Pituaçu me deixou com muita vontade de fazer um comentário. Em 2008, fazendo trabalho de campo para um projeto arqueológico, tive o grande prazer de conhecer o engenho Pituaçu, por dentro! Guiados pelo próprio José Geraldo, nós tivemos acessos à todos os lugares do Pituaçu... uma verdadeira viagem no tempo. Para que era calouro de História aquilo foi INCRÍVEL. Hoje é uma das melhores experiências que tive. Ajudou no meu processo de decisão... descobri ali que o meu futuro é mesmo na História. A emoção foi muito grande!

    Enfim... continuarei acompanhando o blog. Este e outros sobre genealogia no RN. Faço parte do projeto de digitalização dos livros de batismos, óbitos e matrimônios da cúria de Natal... a cada dia descobrimos algo interessante e quando vamos fazer aquela pesquisa básica no Google descobrimos algo neste blog ou no do Trindade. Muito bom isso!
    Fica o meu agradecimento!
    Abraço!

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    1. Tyego, boa tarde.
      Amigo, você descobriu algo acerca do primeiro dono do Pituaçu ? Manoel Antonio de Medeiros ? além do fato de ser Portugues ...Ele tinha parente na Parahyba do Norte, em Santa Rita no Engenho Torrinha e João Pessoa... Estou precisando de ajuda para ver esse elo na árvore da minha familia. Voce sugere acervo ? Há pesquisas sobre ele? Grata. Ana Ester Holmes
      aecholmes@gmail.com

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  4. Boa tarde,
    Gostaria de saber o contado do engenho, para uma visita escolar!
    Teria como me passar o seu contato?
    meu contato, resevas@baobatur.com.br, 2020-4020
    Agradeço desde ja.

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  5. Boa tarde,
    Gostaria de saber o contado do engenho, para uma visita escolar!
    Teria como me passar o seu contato?
    meu contato, resevas@baobatur.com.br
    Agradeço desde ja.

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  6. Professor Anderson Tavares de Lyra.

    Por favor, gostaria de saber sobre a origem Genealogica do Manoel Antonio Medeiros. O senhor poderia me fornecer algum dado ? aecholmes@gmail.com

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