Anúncio no Jornal Rio Grande do Norte de 1892
Bruno Bourgard
Da
família Bourgard, Max foi o primeiro a chegar ao Brasil. Deixou a Alemanha com
aproximadamente 18 anos, fugindo do serviço militar. Em Recife, o rapaz foi
acolhido pelo cônsul da Alemanha que, posteriormente, o entregou a uma família
de ourives no município de Jaboatão, com quem aprendeu as artimanhas da
profissão que abraçou por um determinado tempo.
Seu
pai, um técnico em curtume, foi contratado para assessorar a instalação de uma
indústria congênere no Rio de Janeiro e trouxe toda a família (mulher, filha e o
filho Bruno Bourgard). Finda a missão no Brasil, a família Bourgard retorna
para a cidade de Altenburg, na Alemanha, e Bruno decide ficar e se associar ao
irmão Marx. A atividade dos irmãos Bourgard se estendeu por vários estados do
Norte e Nordeste.
Segundo
o neto de Bruno – Roberto Bourgard – os dois irmãos tinham conhecimento de
fotografia desde a Alemanha. Max era mais comerciante do que fotografo,
enquanto Bruno se dedicava ao aperfeiçoamento das técnicas do seu metiê. Os
irmãos chegaram na Paraíba em 1889. Possuíram estúdios: Rua Conde D’Eu, 4
Campina Grande, PB; Rua da Areia, 77 Parahyba (João Pessoa), PB e Rua Treze de
Maio (Princesa Isabel), 38 Natal, RN.
A
sociedade foi desfeita possivelmente em 1897 e, no ano seguinte, Bruno, já por
conta própria, oferecia seus serviços ao público de Natal (Diário do Natal, 2
ago. 1898, p.2). O mesmo anúncio foi publicado em 55 edições. Logo a seguir, ao
longo do mês de novembro, informava que se retiraria por um período da capital
(Diário do Natal, 1 nov. 1898, p.2). No final do mesmo ano encontrava-se de
regresso, oferecendo seus serviços “quer esteja o dia limpo quer nublado”
(Diário do Natal, 29 dez. 1898, p.2), anúncio repetido até o final do ano
seguinte em 264 edições do periódico.
O
fotografo Bruno Bourgard foi um itinerante clássico, prosseguindo com suas
viagens pelo interior do Nordeste em busca de clientes. No Rio Grande do Norte
em especial, se fazia presente nas festas das padroeiras locais, retratando as
pessoas e algumas vezes aspectos urbanísticos das cidades e vilas por onde
passava. Em 1904, o governador Alberto Maranhão solicitou seu estúdio para
fazer imagens da capital Natal, quando Alberto deixava o governo para Tavares
de Lyra.
Em
1907, vamos reencontrar anúncios da Photographia Allemã de Bruno Bourkhardt
(sic) em Natal, onde permaneceu pouco mais de dois meses (Diário do Natal, 28
ago. 1907, p.2). Para não se confundir com o irmão, parece ter recuperado seu
verdadeiro nome de família, Bourkhardt, e passou a adotá-lo em seus anúncios. Talvez,
a adoção do nome artístico Bourgard (uma versão afrancesada) tenha sido uma
decisão dos irmãos visando facilitar a assimilação do nome pela maioria das
pessoas que solicitava seus serviços. Bruno permaneceu na atividade até meados
da década de 1930, quando faleceu.
Bruno
Bourgard casou no início do século XX e fixou-se definitivamente na capital Paraibana.
Enedina Toscano (D. Sinhá) era o nome da esposa de Bruno. O casal teve os
seguintes filhos: Alberto, Wilhelm, Joseph, Ronald, Maria Neusa e Elizabeth.
Tenho uma foto com meus Avós maternos em Parelhas, onde se lê o nome dele no rodapé
ResponderExcluirSomos gratos pelo conhecimento que o seu artigo nos propicia, ficamos orgulhosos ao vermos a História do Nordeste preservada, o comércio entre as capitais regionais registrado, a convivência entre as populações, a nossa identidade pan-nordestina ratificada. Parabéns.
ResponderExcluirTenho uma foto do meu bisavô materno que ele retratou em 1913. Meu bisavô chamava-se Joaquim Xavier de Macedo de Picuí
ResponderExcluirMeu bisavô foi retratado por ele em 1913 em Picuí Paraíba chamava-se Joaquim Xavier de Macedo.
ResponderExcluirMeu bisavô Joaquim Xavier de Macedo, foi cliente da Fotografia alemã, onde foio fotografado em 1913, na cidade de Picuí-PB
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