terça-feira, 1 de junho de 2010

A primeira Mangueira Rosa e a Palmeira Imperial d'A República

Villa Barreto onde foi plantada a primeira mangueira rosa de Natal. Foto Manoel Dantas



A primeira mangueira rosa de Natal foi plantada por Ignez Barreto de Albuquerque Maranhão (*1858 +1932), irmã de Pedro Velho, de Augusto Severo e de Alberto Maranhão, entre outros. Ignez Barreto foi juntamente com seu marido Juvino Barreto os incentivadores de vários melhoramentos da cidade do Natal, dentre os quais podemos destacar: a fundação do Colégio Imaculada Conceição, Colégio Salesiano São José, Hospital de Caridade Juvino Barreto e Instituto Juvino Barreto.

D. Ignez plantara em sua residência – a Villa Barreto – na Ribeira, entre 1910-11. Antes, segundo Câmara Cascudo, "de 1911, a manga rosa era verdadeira raridade, disputada e relativamente cara. Vinham do Recife. Um presente de manga rosa significava uma homenagem de bom gosto e de recursos".

Ainda segundo Câmara Cascudo, "depois de 1914, os proprietários das chácaras do Tirol, Petrópolis e Alecrim passaram a plantar mudas de mangueira rosa. Esse evento merecia toda a atenção da sociedade local, era o indicativo de como Natal estava no caminho da civilização, sendo o ato amplamente noticiado pela imprensa local".

A primeira manga rosa era destinada ao consumo do governador e do bispo, respectivamente. Quem plantava disputava os tamanhos e ausências de nódoas. Alguns exemplares ficavam em exposição no balcão da A República.


Assim, as mangas rosas progrediram de presente caro e de bom gosto no seu início em Natal, para em 1918 popularizar-se através da sua comercialização no mercado público municipal da avenida Rio Branco.


Na confluência da rua Cel. Juvino Barreto com a avenida Câmara Cascudo, observo o palacete de Pedro Velho, antiga sede do jornal A República, e vislumbro em seu jardim a planta mais preciosa por sua antiguidade, história e por tudo que ela presenciou, guardando segredos e confidências esvaecidas na voragem do tempo.

O Cel. Juvino Barreto deu-a ao cunhado Pedro Velho, retirando-a da valiosa coleção da Villa Barreto, a primeira em Natal. Augusto Severo, apaixonado como era pelas plantas, plantou-a ante a residência do irmão em 1900. No ano seguinte, Juvino Barreto faleceu. Em 1902, Severo encantou-se por um sonho, em Paris. Era o próprio Pedro Velho que pela manhã, ainda de chambre, regava a palmeira, fazendo-o até 1907 quando faleceu.

A viúva do líder, D. Petronila Pedroza Maranhão, mudou para a fazenda Solidão, no Tirol, tentando amenizar as lembranças do marido e esquecer os desgostos dos filhos. O velho solar dos Albuquerque Maranhão passou a ser a sede d’ A República. Depois, foi repartição pública sediando a chefia de polícia e hoje Diário Oficial. E a palmeira imperial foi sendo gradativamente esquecida. 

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