quarta-feira, 12 de maio de 2010

Foi a 12 de maio lá na França...

O engenheiro Reis, Severo e Sachet, em Paris no dia 12 de maio de 1902, antes de elevar-se para a glória. (Foto: acervo Anderson Tavares)


“Foi a doze de maio lá na França.
Era puro e sereno azul do céu
Flutuava o PAX nas asas da bonança
A glória conduzindo ao céu troféu”.

Esses versos, hoje desconhecidos e pouco cantados pelas pessoas de Macaíba, rememoram o vôo do balão PAX, no dia 12 de Maio de 1902, na França. Naquela manhã, após anos de experiências, o macaibense Augusto Severo de Albuquerque Maranhão apresentava seu invento ao mundo.


Augusto Severo é hoje um homem cultuado pelo Brasil e pelo mundo, por conta de sua determinação e de sua ousadia. Ninguém o ajudou financeiramente. Muito embora como Deputado Federal, conseguisse verbas para ajudar nas experiências de Santos Dumont. Pobre, teimoso, morreu justamente porque o dirigível foi construído com material frágil, sem resistência.


Até bem poucos anos, tínhamos o 12 de maio como feriado votivo para nos lembrar o martírio do homem, o fim de um sonho e a sua glória. Comemorava-se festivamente com missas, com alunos indo ao obelisco depositar flores e fazer orações. Infelizmente, com o tempo, a data foi suprimida de nosso calendário devocional. As missas são raras, não há alunos, não há canções, não há orações. O obelisco ostentando a efígie grave de Severo observa solitário a correria do dia-a-dia agitado.


Na França, existe uma “rue” Augusto Severo. No local da queda de Severo existe hoje uma placa de mármore com os seguintes dizeres: “Ici sont morts victimes de la science SEVERO aeronaute bresilien et de son mécanicien français GEORGE SACHÊT Chute du dirigible PAX - Av du Maine. Le 12 mai de 1902", cujo significado é “Aqui morreram vítimas da ciência SEVERO aeronauta brasileiro e seu mecânico o francês SACHET”.



Todas as capitais brasileiras ostentam ruas ou avenidas com seu nome. O avião presidencial recebeu recentemente o nome de Augusto Severo, em reconhecimento pela sua importância para a aeronáutica.


Em Natal, no dia 12 de maio de 1913, por ocasião do 11º aniversário da sua morte, foi inaugurada a magnífica estátua de Augusto Severo. É o patrono ainda de uma escola estadual e do aeroporto internacional do Rio Grande do Norte, bem como de uma das cadeiras da academia de letras do RN.



E em Macaíba? São poucas as homenagens a este filho tão ilustre. Um obelisco de 1941, um clube transformado em centro de convivência e uma pequena escola do município, funcionando numa sala do lar celeste “Auta de Souza”.



Tendo em vista a proximidade de mais um 12 de maio, cujo ano assinala os 108 anos do acidente com o balão PAX, recorremos a sensibilidade de nossa Câmara Municipal, no sentido de tornar o 12 de Maio feriado novamente, para que fique gravada na memória da cidade o exemplo corajoso de um macaibense que ousou sonhar e elevar além dos limites de seu país, o nome de sua terra. A imortalidade do herói, e a sua humanização.

Hino de Augusto Severo

Letra do Dr. Francisco Pinto de Abreu

Música de Eulália Câmara


Hino de Augusto Severo.
Foi a 12 de maio lá na França
Era puro e sereno azul do céu
Flutuava o PAX nas asas da bonança
A glória conduzindo ao céu troféu (bis)

Auri-Verde Pavilhão
E a popa do balão (bis)

Belo sonho de amor e liberdade
A grandeza da Pátria o mundo inteiro
Paz e concórdia a toda humanidade
Proclama a voz de Augusto brasileiro (bis)

Auri-Verde Pavilhão
E a popa do balão (bis)

Houve um rastro de luz pelo horizonte
Um soluço de dor aos ares corre
Águia rolou do pícaro do monte
No coração da história não se morre (bis)

Auri-Verde Pavilhão
E a popa do balão (bis)

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